Mais de sete toneladas de cocaína apreendidas em Portugal no ano passado

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No ano passado, segundo os números de João Tiago Silveira, foram apreendidos 873 quilos de cocaína que chegaram a Portugal por via aérea, 3508 por via marítima e 2996 por via terrestre. Porém, salientou, estes números devem ser vistos com cuidado, porque muita da droga que é apreendida em terra poderá ter sido traficada inicialmente por via aérea ou marítima.

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No ano passado, segundo os números de João Tiago Silveira, foram apreendidos 873 quilos de cocaína que chegaram a Portugal por via aérea, 3508 por via marítima e 2996 por via terrestre. Porém, salientou, estes números devem ser vistos com cuidado, porque muita da droga que é apreendida em terra poderá ter sido traficada inicialmente por via aérea ou marítima.

João Tiago Silveira falava na abertura de um seminário internacional sobre tráfico de cocaína por via aérea, promovido pela PJ em Lisboa e que decorre, à porta fechada, até quarta-feira. Na presença de representantes de vários países, o secretário de Estado salientou as vantagens e a necessidade de mais cooperação, não só entre polícias mas também entre polícias e outras entidades, nomeadamente no domínio do transporte aéreo e marítimo.

De acordo com José Braz, da Direcção Central de Investigação ao Tráfico de Estupefacientes (DCITE) e anfitrião do seminário, sendo a via marítima a principal forma de traficar cocaína, assistiu-se nos últimos tempos a um aumento do tráfico por via aérea. "Isso decorre da estratégia das organizações criminosas, que em vez de colocarem quatro toneladas de droga num navio preferem fazer cem viagens transportando 40 quilos de cada vez", afirmou, justificando que poderá assim haver menos riscos de perda da droga.

As principais formas de traficar cocaína por via aérea é através das carreiras regulares da aviação civil, com recurso aos chamados "correios de droga" ou bagagens não acompanhadas. Depois, em minoria, está o tráfico de droga com recurso a aviões fretados, disse José Braz, lamentando que esta seja uma forma fácil, embora dispendiosa, de traficar droga.

Segundo o director da DCITE, o aumento de apreensões de droga em Portugal não significa necessariamente que haja um aumento de tráfico ou/e de consumo, podendo significar um aumento de eficácia das polícias. "Pelos dados que tenho acredito que este ano não houve em Portugal um aumento de tráfico ou um aumento de consumo", concluiu.