Portugueses que consomem sopa têm menor risco de obesidade
No que toca apenas à ala feminina, verificou-se que a ingestão de frutas produz o mesmo efeito em 23 por cento do grupo, comparativamente àquelas que não as consomem. Esta pesquisa nacional deverá ser publicada em breve na revista científica Eating Behaviors.
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No que toca apenas à ala feminina, verificou-se que a ingestão de frutas produz o mesmo efeito em 23 por cento do grupo, comparativamente àquelas que não as consomem. Esta pesquisa nacional deverá ser publicada em breve na revista científica Eating Behaviors.
Os cientistas portuenses também confirmaram a teoria, divulgada há meses na revista BMC Public Health, de que os adultos com mais de 12 anos de escolaridade possuem uma espécie de escudo contra a acumulação de peso. Os inquiridos com esse grau de instrução apresentavam um risco de obesidade 60 por cento menor nos homens e 80 por cento nas mulheres.
Esta conclusão indica um novo caminho para as políticas de saúde pública: para levar a população a adoptar uma alimentação mais saudável, pode valer mais a pena apostar na educação do que em estratégias alternativas.
Nos tempos dos nossos bisavós, a associação entre pobreza e baixo peso era quase imediata. Carnes e iguarias eram luxos a que praticamente só os abastados tinham acesso. E, de resto, havia sempre um quintalzinho onde se podia ir buscar verduras para a sopa. Hoje, as coisas não funcionam da mesma maneira. Nos países industrializados, a prevalência de obesidade nas classes desfavorecidas está longe de ser desprezível.
Vegetais vão desaparecendo da ementaA evolução social teve o mérito de pôr enlatados, bolos e comidas congeladas ao alcance de uma grande parte da população. Os maus hábitos alimentares ganharam terreno na mesma proporção que os vegetais foram sendo atirados para canto. Os nutricionistas não se cansam de lamentar tais opções: as frutas e os legumes frescos apresentam, ao mesmo tempo, baixa densidade energética e alta densidade nutricional. O leite e o peixe também são obrigatórios numa lista de supermercado saudável.
Para elaborar este estudo, os dois nutricionistas recorreram aos últimos dados do Inquérito Nacional de Saúde, promovido pelo observatório do Ministério da Saúde. Assim, foi possível reunir informações prestadas por uma amostra probabilística representativa da população adulta - 20.977 mulheres e 18.663 homens - e analisar de que modo aspectos como o grau de escolaridade, o rendimento familiar e as escolhas que fazemos diante do frigorífico determinam o risco de obesidade.
De acordo com uma nota de imprensa divulgada pela FCNAUP, os participantes foram distribuídos em categorias de acordo com os anos de escolaridade (até 4 anos, entre 5 e 9, 10 e 12 e mais do que 12 anos), com o salário mensal (até 314 euros, de 315 a 547, de 548 a 815 e mais do que 815 euros) e com os alimentos que comeram antes do inquérito. Interessava aos investigadores avaliar as quantidades ingeridas de sopa, produtos hortícolas, fruta, pão e alimentos farináceos.