Nova biblioteca e arquivo municipal de Lisboa começou hoje a ser construída
Da autoria dos arquitectos Alberto Souza Oliveira e Manuel Aires Mateus, o projecto contempla um complexo com 43 mil metros quadrados, distribuídos por onze pisos que vão acolher a biblioteca central, todo o arquivo municipal, um centro de convenções com dois auditórios, salas de exposição, espaços de lazer e restauração.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
Da autoria dos arquitectos Alberto Souza Oliveira e Manuel Aires Mateus, o projecto contempla um complexo com 43 mil metros quadrados, distribuídos por onze pisos que vão acolher a biblioteca central, todo o arquivo municipal, um centro de convenções com dois auditórios, salas de exposição, espaços de lazer e restauração.
O futuro edifício, que custará à câmara cerca de 30 milhões de euros e cuja conclusão está prevista para 2008, vai disponibilizar em formato digital o arquivo municipal, o segundo maior do país, com 22 mil metros, que reúne documentos desde o século XII.
"A cidade é servida por uma rede de 18 bibliotecas, das quais doze são generalistas, sob tutela directa da Câmara de Lisboa", explicou hoje a vereadora da Cultura da autarquia, Maria Manuel Pinto Barbosa, durante a cerimónia de lançamento da primeira pedra da obra.
Segundo a responsável, a dispersão dos equipamentos municipais pela cidade e a actualização dos serviços oferecidos aos munícipes justificou a construção do complexo, "uma necessidade que nos anos 50 do século passado já era falada".
A solução permitirá também melhorar a situação do arquivo, que se encontra disperso por três locais - o bairro da Liberdade, o Arco do Cego e a Rua da Palma - e em instalações deficientes, "com problemas de inundações, falta de circulação de ar e sem luz natural".
Estruturado como um "grande quarteirão" com praças e terraços, caminhos e ruas, vilas e becos, o edifício é concebido tendo como referência o Tejo, para onde estão voltados os terraços e a área de leitura.
Nos pisos mais baixos estão instalados os depósitos, o arquivo e a biblioteca de herança bibliográfica, que representam a "estrutura de suporte de todo o edifício", explicaram os arquitectos, adiantando que a cada piso corresponderão temas distintos, como os estudos da cidade, a família, as tecnologias ou o saber.
A primeira fase da obra - escavação e construção dos muros de contenção - foi adjudicada à Somague, sendo lançado em Janeiro do próximo ano um concurso público correspondente à segunda fase - estruturas de betão, alvenarias, acabamentos e instalações electro- mecânicas.
O projecto da biblioteca está integrado no plano de urbanização do Vale de Santo António, a desenvolver pela Empresa Pública de Urbanização de Lisboa (EPUL), numa superfície de 45 hectares entre a Penha de França, o Alto de São João e o rio Tejo.
A área a construir é de cerca de 400 mil metros quadrados, incluindo vários equipamentos, como um centro cívico, um parque verde, campos de jogos e pavilhões gimno-desportivos.
Na opinião do ex-presidente da autarquia, Pedro Santana Lopes, a biblioteca e o arquivo "vão ser uma peça-âncora, um instrumento de requalificação de toda esta zona da cidade, que é tão desconhecida dos lisboetas".
A apresentação desta obra era uma das iniciativas públicas de Santana Lopes agendada para esta semana, que acabou por contar com a presença de Carmona Rodrigues já na qualidade de presidente, enquanto o ex-presidente participou como deputado da Assembleia da República eleito por Lisboa.