Manipulação da proteína TERT poderá ajudar a tratar cancro
Cientistas da Universidade de Stanford, na Califórnia, descobriram que a activação dessa proteína fez crescer o cabelo de forma desmedida em ratinhos de laboratório.
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Cientistas da Universidade de Stanford, na Califórnia, descobriram que a activação dessa proteína fez crescer o cabelo de forma desmedida em ratinhos de laboratório.
A proteína TERT é um componente-chave das telomerases, que são enzimas formadas por proteínas e ácido ribonucleico que depositam telómeros (compostos de ADN e proteínas) nas extremidades dos cromossomas e ajudam a proliferar as células.
O novo estudo descobriu uma aplicação até agora desconhecida da proteína: que pode activar na epiderme as células estaminais de folículos capilares adormecidos, o que resulta no crescimento de uma cabeleira nos ratinhos.
Aplicada aos seres humanos, a manipulação da proteína poderia servir para desenvolver tratamentos contra cancros, sobretudo da pele, doenças relacionadas com a danificação de tecidos, tratamentos anti- envelhecimento e, porventura, contra a calvície, segundo as conclusões do estudo.
A nova descoberta sobre a TERT "abre caminho a experiências com novas utilizações terapêuticas, para tratar doenças relacionadas com tecidos danificados e com o envelhecimento", afirmou Steven Artand, director da equipa de investigadores.
"O passo seguinte - acrescentou - será compreender exactamente de que modo a telomerase tem este efeito sobre as células, já que os dados conhecidos não estão em conformidade com a nossa descoberta".
A importância do estudo e das descobertas sobre o TERT tem especial relevância no campo da genética, nomeadamente no das células estaminais.
Sabendo-se que a proteína está presente em 90 por cento dos cancros humanos, descobrir como se activa ou bloqueia poderá ser a chave da regeneração celular e da cura de numerosas doenças.