Parlamento israelita rejeita adiamento da retirada da Faixa de Gaza

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A polícia e o Exército tentam a todo o custo evitar que os manifestantes passam para o locais que vão ser evacuados Ariel Schalit/AP

Depois de um aceso debate, as três propostas foram rejeitadas por 69 votos contra 41, que pretendiam ver adiada a retirada israelita daquele território palestiniano. Apenas dois dos 120 deputados se abstiveram.

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Depois de um aceso debate, as três propostas foram rejeitadas por 69 votos contra 41, que pretendiam ver adiada a retirada israelita daquele território palestiniano. Apenas dois dos 120 deputados se abstiveram.

Esta votação teve lugar numa altura em que milhares de opositores à retirada de Gaza tentam desde segunda-feira entrar no bloco de colonatos de Gush Katif, no sul do território, onde a polícia e o Exército tentam impedir o avanço.

O deputado Zevulon Orlev, do Partido Nacional Religioso (PNR, na oposição), propôs à câmara um adiamento da retirada de um ano, “nunca antes do fim de Julho de 2006”, para permitir que os cerca de oiot mil colonos que vão ser transferidos sejam instalados em melhores condições. “O Governo está a atirar areia para os olhos do país quando afirma que está tudo pronto para os reinstalar. Nada está pronto para a reinstalação destas comunidades. O calendário fixado pelo Governo é cruel e desumano. Estas comunidades arriscam-se a perder tudo, as suas conquistas económicas e sociais. A data fixada não é sagrada e é preciso mudá-la”, afirmou.

O deputado Yitzhak Levy, dos Sionistas Religiosos (uma cisão do PNR), apresentou uma proposta de lei que previa um adiamento de seis meses “para que possa haver um referendo” sobre o assunto.

O Knesset pronunciou-se recentemente com uma larga maioria contra a hipótese de um referendo sobre a retirada dos territórios ocupados, reclamado pela extrema direita e a ala mais radical do Likud, o partido do primeiro-ministro, Ariel Sharon.

Por último, o deputado Uzi Landau, do Likud, também pediu um adiamento, afirmando que o Governo tem “uma obsessão pela retirada no mês de Agosto”.

A ministra da Justiça, Tzippi Livni, rejeitou, em nome do Governo, estas três propostas de adiamento que, na sua opinião, pretendiam “minar a retirada”.

O ministro das Finanças, Benjamin Netanyahu, rival de Sharon no seio do Likud e opositor da retirada, esteve ausente da Câmara e não votou.