Jorge Sampaio: Portugal deve repensar oferta turística para não perder clientes

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Jorge Sampaio condenou as autarquias e os empresários por terem deixado crescer empreendimentos sem qualidade no país DR

Jorge Sampaio, que falava na sessão de abertura do segundo Congresso do Turismo de Portugal - a decorrer até amanhã no Estoril - fez questão de salientar que neste sector "os erros e omissões têm um custo muito elevado e não facilmente reversível".

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Jorge Sampaio, que falava na sessão de abertura do segundo Congresso do Turismo de Portugal - a decorrer até amanhã no Estoril - fez questão de salientar que neste sector "os erros e omissões têm um custo muito elevado e não facilmente reversível".

Por isso, disse, este é o sector em que os agentes económicos e políticos têm de ter "um especial cuidado na definição das estratégias e dos programas de acção".

O Presidente da República salientou a importância deste sector no contexto económico nacional e anunciou que pretende dedicar-lhe tempo ainda neste semestre.

Sampaio lembrou a crescente importância dos princípios da sustentabilidade ambiental, avançando uma crítica tanto a promotores como a responsáveis políticos.

"Esta é uma realidade da qual muitos promotores e autoridades, leviana e irresponsavelmente, se alhearam durante décadas, privilegiando o crescimento da oferta não qualificada e ignorando os riscos que o congestionamento comporta", disse.

O problema central da oferta turística é, para Jorge Sampaio, a sua concentração "quase exclusiva no produto sazonal de sol e praia, onde "o limite está prestes a ser atingido", principalmente devido à forte concorrência dos países da bacia do Mediterrâneo.

Para o Presidente da República, "não é viável nem desejável" o modelo turístico baseado em "resorts" isolados, pois esta actividade tem de desenvolver-se a partir da "consideração de todas as relações inter-sectoriais" e da afirmação de uma identidade e de uma marca portuguesa na oferta.