Marques Mendes diz que Governo comemora mais do que trabalha

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Marques Mendes diz que "antes das eleições, o crescimento económico é que era o alfa e o omega do Governo, hoje não se vê" António Cotrim/Lusa

"Eu diria que, muito mais importante nos dias que correm de dificuldades para as pessoas, seria muito melhor trabalhar mais", disse Marques Mendes em Bragança, no discurso de abertura da convenção autárquica distrital.

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"Eu diria que, muito mais importante nos dias que correm de dificuldades para as pessoas, seria muito melhor trabalhar mais", disse Marques Mendes em Bragança, no discurso de abertura da convenção autárquica distrital.

Os quatro meses de governação socialista e da liderança de Marques Mendes marcaram os discursos social-democratas, com o presidente do partido a lembrar a entrevista televisiva do primeiro-ministro, José Sócrates, agendada para hoje, para assinalar 100 dias de Governo "que já passaram há alguns dias". Por sua vez, o secretário-geral do PSD, Miguel Macedo, lembrou que esta é já a segunda entrevista televisiva do primeiro-ministro, enquanto que o presidente do PSD, em três meses de liderança "nunca foi entrevistado na televisão".

Marques Mendes aproveitou a apresentação dos candidatos social-democratas às autarquias do distrito de Bragança para fazer o seu balanço dos 100 dias de Governo socialista, com o antes e pós eleições. Segundo o dirigente do PSD, "antes, o défice era qualquer coisa de despicienda para o actual primeiro-ministro, hoje já e uma questão decisiva para o país; antes das eleições os impostos nunca seriam tocados, nunca seriam aumentados, depois das eleições foi praticamente das primeiras medidas a tomar".

"Antes até se colocavam cartazes para sublinhar a criação de milhares de novos postos de trabalho, o desemprego está a aumentar e pelas contas já projectadas para o fim da legislatura por todos os economistas, por este caminho, nem de longe nem de perto chegamos à criação de emprego que foi prometida", continuou.

Ainda de acordo com Marques Mendes, "antes das eleições, o crescimento económico é que era o alfa e o omega da política do Governo, hoje não se vê, não se conhece, nem se percebe verdadeiramente nenhuma estratégia para o crescimento e o desenvolvimento económico do país". Concluiu, assim, que, "em quatro meses, o Governo enganou duplamente os portugueses por prometer, durante a campanha, o que sabia não ser possível fazer e a seguir às eleições estar a fazer tudo ao contrário do que prometeu".

Por tudo isto, o presidente do PSD recomendou uma vez mais aos candidatos do partido, que, "pegando nestes exemplos, em matéria de promessas façam exactamente o contrário do Governo: prometam pouco para não enganar ninguém".

No distrito de Bragança, onde o partido é poder em nove das doze autarquias, recandidatam-se os autarcas Jorge Nunes, em Bragança, Manuel Rodrigo, em Miranda do Douro, José Rodrigues, em Vimioso, Beraldino Pinto, em Macedo de Cavaleiros, José Silvano, em Mirandela, Moraes Machado, em Mogadouro, Edgar Gata, em Freixo de Espada à Cinta, João Carlos Figueiredo, em Alfândega da Fé, e Eugénio de Castro em Carrazeda de Ansiães.

Nos municípios socialistas, o PSD candidata Paulo Carvalho, em Vila Flor, Manuel Afecto, em Torre de Moncorvo, e Manuel Gonçalves, em Vinhais.