População de Leiria protesta contra poluição das suiniculturas
Hoje de manhã, antes de uma reunião entre autarcas, deputados eleitos pelo Círculo de Leiria e empresários do sector suinícola, a comissão colocou dois baldes com efluentes dos animais em frente ao Governo Civil, numa nova acção de protesto contra as várias descargas feitas na ribeira.
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Hoje de manhã, antes de uma reunião entre autarcas, deputados eleitos pelo Círculo de Leiria e empresários do sector suinícola, a comissão colocou dois baldes com efluentes dos animais em frente ao Governo Civil, numa nova acção de protesto contra as várias descargas feitas na ribeira.
Segundo José Carlos Faria, porta-voz da CADRM, esta iniciativa pretende constituir um "novo alerta" às autoridades contra os sucessivos despejos suinícolas na ribeira dos Milagres. No entanto, a PSP impediu as pessoas de se manifestarem na entrada no Governo Civil, tendo sido obrigados a colocar os baldes e uma faixa alusiva aos protestos do outro lado da rua.
Num cartaz em frente do Governo Civil, os manifestantes criticam os "mais de 30 anos de crimes [descargas] sem justiça" na ribeira dos Milagres, perante a falta de acção das autoridades.
No final do protesto, os representantes da Comissão de Defesa da Ribeira garantiram uma audiência no Governo Civil de Leiria para a próxima segunda-feira, onde irão expor as suas preocupações.
Ontem de manhã foi detectada uma nova descarga suinícola na ribeira dos Milagres, que se prolongou por várias horas, explicou José Carlos Faria, acusando os empresários e o Governo de desperdiçarem dinheiros comunitários. De acordo com uma comunicação do Parlamento Europeu à Comissão de Ambiente e Defesa da Ribeira dos Milagres, foram já entregues a Portugal 44 milhões de euros em 1999 e 2000 destinados ao projecto de despoluição da Bacia Hidrográfica do Rio Lis, e que, segundo aquela Comissão, "ainda não foram investidos".
"As duas Estações de Tratamento de Águas Residuais (uma prevista para Leiria e outra para Batalha ou Porto de Mós) já deveriam estar concluídas", afirmou José Carlos Faria.