Sindicato dos Profissionais de Polícia defende fusão entre PSP e GNR

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O SPP afirma que a fusão "só teria vantagens, quer a nível económico, quer de meios materiais e humanos" Miguel Madeira/PÚBLICO (arquivo)

"A fusão da Polícia de Segurança Pública (PSP) e da Guarda Nacional Republicana (GNR) só teria vantagens, quer a nível económico, quer de meios materiais e humanos", afirma em comunicado o SPP.

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"A fusão da Polícia de Segurança Pública (PSP) e da Guarda Nacional Republicana (GNR) só teria vantagens, quer a nível económico, quer de meios materiais e humanos", afirma em comunicado o SPP.

Não é a primeira vez que este sindicato defende a fusão da PSP e da GNR, mas hoje pormenorizou a sua proposta, a propósito da comissão de segurança interna encarregue pelo ministro de Estado e da Administração Interna, António Costa, de apurar as carências de meios humanos e materiais existentes na PSP e na GNR e apresentar propostas de reorganização das duas corporações.

Para a segunda maior estrutura sindical na PSP, com a fusão das duas forças de segurança seriam aproveitadas "as grandes quantidades de efectivos da GNR em Lisboa e Porto sem desempenho de funções de segurança às populações".

De resto, segundo o SPP, "com a fusão das duas forças não havia prejuízo para a vida pessoal/familiar dos seus profissionais, uma vez que ficavam a desempenhar funções nos mesmos locais, beneficiando as populações, porque são conhecedores dos delinquentes e formas como actuam".

Como um dos argumentos para a fusão, o SPP questiona: "Com a saída da PSP das cidades com menos de 20 mil habitantes, como é que a GNR, com défice de efectivos, consegue efectuar o policiamento nessas localidades?".

"Com a fusão passaríamos a ter um só Corpo de Intervenção, uma Divisão de Trânsito e um Grupo de Operações Especiais, além de que acabariam os atropelos nas áreas de actuação de cada força, o que só beneficiaria as populações", afirma também o SPP.

O Sindicato dos Profissionais de Polícia acrescenta que não seria inédita a fusão da PSP e da GNR, alegando que processos semelhantes aconteceram, recentemente, com forças de segurança no Luxemburgo, Bélgica e Holanda.

O ex-director nacional da PSP Mário Morgado também propôs a junção da GNR e da PSP, com a alegação, nomeadamente, de que Portugal é um país pequeno de mais para possuir várias forças de segurança, numa referência, igualmente, à Polícia Judiciária.

Proposta contestada

A Associação dos Profissionais da Guarda (APG) está contra a fusão, embora defenda a transformação da GNR em força policial de natureza civil, à semelhança da PSP.

"Consideramos que é incompatível uma cultura militar com o serviço policial. A transformação que defendemos é para tornar a GNR mais capaz de servir os cidadãos e o país", afirmou à Lusa o presidente da APG, José Manageiro.

O SPP, que diz representar cerca de seis mil dos 21 mil efectivos da PSP, exige que a comissão de segurança interna ausculte os sindicatos da PSP e da GNR sobre a reorganização das duas forças de segurança.