População de Coruche pede mais segurança e reforço da GNR
Exibindo num cartaz com a frase "Ajudem-nos antes que seja tarde", os populares insurgiram-se contra os distúrbios que têm ocorrido e que, afirmam, criam na população o receio de frequentar lugares públicos ou circular na rua à noite.
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Exibindo num cartaz com a frase "Ajudem-nos antes que seja tarde", os populares insurgiram-se contra os distúrbios que têm ocorrido e que, afirmam, criam na população o receio de frequentar lugares públicos ou circular na rua à noite.
Dionísio Mendes, presidente da Câmara Municipal de Coruche, disse que, apesar de algumas provocações, as pessoas que ontem decidiram mostrar publicamente a sua revolta "contiveram-se" e conseguiram manter-se calmas.
Colocando-se ao lado da população, Dionísio Mendes disse que a concentração desta noite resultou de um "sentimento acumulado de indignação, revolta e impotência" perante desacatos atribuídos a alguns elementos da comunidade cigana da vila, já identificados.
"Não há aqui qualquer discriminação em relação à comunidade cigana, agora é inadmissível que alguns dos seus elementos se sintam apenas com direitos e nenhuns deveres, que façam impunemente desacatos nos lugares públicos. Não pode ser, todos têm de cumprir", afirmou.
No seu entender, no ponto em que a situação está - de total impunidade perante uma força da GNR sem quaisquer meios ou visibilidade -, a única forma de normalização é ter uma presença das forças de segurança "muito forte".
"Com patrulhas de dois homens, como está a acontecer, não é possível" resolver a situação, disse o autarca, pedindo que seja ouvido o apelo da população para a presença de um número significativo de efectivos, que funcione como força dissuasora, e do corpo de intervenção sempre que exista uma situação de conflito.
Segundo disse, as diligências e apelos que tem vindo a fazer foram ouvidos pelo ministro da Administração Interna, que, afirmou, deu já ordens ao comandante geral da GNR para que seja delineada uma estratégia para o caso de Coruche.
Frisando as especificidades do seu concelho (com uma área superior a mil quilómetros quadrados, grande dispersão populacional "e uma comunidade cigana significativa e geradora de distúrbios"), Dionísio Mendes afirmou ser claro para todos que um efectivo de 18 elementos da GNR é manifestamente insuficiente.