Governo brasileiro apoia interesses portugueses na Varig

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TAP e grupo Pestana são dois dos grupos portugueses interessados em participar na reestruturação da Varig DR

"Eu não tenho nada a adiantar a não ser o facto de que todos os investimentos portugueses no Brasil recebem a bênção do Governo brasileiro. Isso tem sido assim historicamente", destacou José Alencar aos jornalistas, no final de uma reunião com Freitas do Amaral.

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"Eu não tenho nada a adiantar a não ser o facto de que todos os investimentos portugueses no Brasil recebem a bênção do Governo brasileiro. Isso tem sido assim historicamente", destacou José Alencar aos jornalistas, no final de uma reunião com Freitas do Amaral.

O vice-presidente brasileiro disse ainda - depois do encontro na residência do embaixador de Portugal em Brasília, em que o tema central foi a Varig - que "é uma honra receber a preferência de uma empresa portuguesa que queira fazer investimentos no Brasil".

Freitas do Amaral afirmou, por seu turno, que ficará satisfeito se uma das duas empresas portuguesas interessadas em adquirir uma participação no capital da Varig - TAP e Pestana - for escolhida no final do processo.

"O processo está em curso, e não somos nós nem o Governo brasileiro que directamente vamos decidir a questão. Portanto, deixemos que os procedimentos sigam os seus trâmites, sendo certo que, se no final uma empresa portuguesa for escolhida, ficaremos muito satisfeitos", destacou o MNE português.

Além das propostas da TAP e do grupo Pestana para capitalizar a Varig, afundada em dívidas que se elevam actualmente a dois mil milhões de euros, a companhia aérea brasileira já recebeu outras três.

Das cinco ofertas, duas são de empresários brasileiros - Nelson Tanure, dono da "Gazeta Mercantil" e "Jornal do Brasil"; e da German Efromovich, proprietário da Marítima e da OceanAir. A outra, mais recente, é do fundo de investimento norte-americano Texas Pacific Group (TPG).

De acordo com especialistas do sector, o negócio com a TAP, que tem partilhas de voos com a Varig desde Novembro de 2004, é o que faria mais sentido.

Segundo reportagem da revista "IstoÉ" publicada em Março, o vice-presidente brasileiro e ministro da Defesa seria o responsável por conduzir em sigilo uma operação para promover as negociações entre as duas companhias aéreas.

O limite máximo permitido pela legislação brasileira para a participação de capital estrangeiro numa empresa aérea brasileira é de 20 por cento.

O encontro com o presidente do Senado, Renan Calheiros, foi cancelado.

Hoje, Freitas do Amaral reúne-se com o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva às 11h00 de Brasília (15 horas de Lisboa), no Palácio do Planalto.

Ao meio-dia tem uma reunião de trabalho com seu homólogo brasileiro Celso Amorim, que oferecerá depois um almoço em sua homenagem no Itamaraty.

Em seguida, os dois ministros farão declarações à imprensa.

Freitas do Amaral embarca ainda hoje para Portugal.