Presidente de Taiwan apela a negociações com a China
Shui-bian, de visita às Ilhas Marshall, falou ainda na formação de um mecanismo bilateral de consulta sobre questões militares e de segurança com o objectivo de apaziguar as tensões entre os territórios inimigos da Ásia.
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Shui-bian, de visita às Ilhas Marshall, falou ainda na formação de um mecanismo bilateral de consulta sobre questões militares e de segurança com o objectivo de apaziguar as tensões entre os territórios inimigos da Ásia.
Ontem, o Presidente taiwanês tinha convidado a China a dialogar com Taipé, num momento em que o chefe da oposição, Lien Chan, conclui uma visita histórica a Pequim.
A paz e a reconciliação podem não ser alcançadas a curto prazo, disse Shui-bian, que lembrou os 50 anos de hostilidades e confronto entre ambas as partes. "A porta está aberta para contactos oficiais, discussões e negociações. Estamos prontos, a qualquer momento, desde que os encontros sejam norteados pelos princípios da paz, da democracia e da igualdade", disse aos jornalistas que acompanham a visita.
"O Estreito de Taiwan é um dos locais do mundo onde o risco de guerra é mais elevado, mas não é isso que os 23 milhões de taiwaneses querem. Taiwan vai colocar no terreno todos os meios para manter a paz e a estabilidade no estreito e na região", prosseguiu o Presidente.
Estas declarações foram proferidas no dia em que Lien Chan, presidente do principal partido da oposição taiwanesa, o Kuomintang (KMT), termina uma visita histórica de oito dias à China, durante a qual se encontrou com o Presidente Hu Jintao. Foi a primeira vez que um dirigente nacionalista se deslocou à China desde o fim da guerra civil, em 1949, que culminou com a vitória dos comunistas em Pequim e a fuga dos nacionalistas para Taiwan.
Pequim considera Taiwan parte integrante da China, apesar da secessão de 49. O poder comunista já avisou várias vezes que combateria - se necessário pela força - qualquer acção independentista formal de Taipé.
As relações entre os dois países degradaram-se desde que o independentista Chen Shui-bian chegou ao poder, em 2000. Pequim já aprovou uma lei anti-secessão que permite o uso da força para travar a independência de Taiwan.
Hoje, as autoridades da ilha pediram à China para não travar a sua entrada na Organização Mundial de Saúde (OMS).
O Ministério dos Negócios Estrangeiros de Taiwan afirma que a reunião de dia 16 de Maio da OMS é "o melhor momento para provar se os actos da China correspondem às suas palavras".
Taiwan foi excluído da OMS em 1972, um ano depois de ter cedido à representação da China na ONU. Desde 1997 que Taipé tenta, todos os anos, obter um estatuto de observador na OMS, mas tem esbarrado com a oposição da China.