Tony Blair exclui adesão ao euro num futuro próximo

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O primeiro-ministro britânico diz que é necessário avaliar se o país está preparado para a adesão Odd Andersen/EPA

Tony Blair, que sempre se mostrou favorável à entrada do Reino Unido na zona euro, surpreendeu ontem os analistas ao afirmar, durante uma entrevista televisiva, que é improvável que o país adira à moeda única num futuro próximo.

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Tony Blair, que sempre se mostrou favorável à entrada do Reino Unido na zona euro, surpreendeu ontem os analistas ao afirmar, durante uma entrevista televisiva, que é improvável que o país adira à moeda única num futuro próximo.

Questionado hoje sobre as razões que o levaram a fazer essa declaração, Blair admitiu ter "ido talvez um pouco mais longe do que era necessário".

Segundo o primeiro-ministro britânico, a adesão ao euro "faz todo o sentido do ponto de vista político", mas do ponto de vista económico é necessário avaliar se o Reino Unido está preparado para essa convergência – "caso contrário, poderemos prejudicar a economia".

"A nossa decisão passa por deixar as opções em aberto e avaliar os critérios económicos para saber o que melhor serve o interesse nacional do Reino Unido. Neste momento, podemos dizer que a adesão [ao euro] não vai nesse sentido", afirmou.

Ao contrário dos conservadores, tradicionalmente eurocépticos, Blair sempre se mostrou favorável à entrada no Reino Unido na zona euro, embora condicione a adesão ao cumprimento de uma série de critérios e à sua aprovação em referendo.

O ministro das Finanças britânico, Gordon Brown, estipulou um conjunto de critérios para avaliar se a economia britânica está apta a aderir ao euro, tendo em conta os efeitos esperados da adesão. A convergência entre a economia britânica e a da zona euro; a flexibilidade para absorver o choque da adesão; e a definição do impacte dessa adesão no investimento, indústria e emprego são os principais critérios em análise.