Confrontos no Togo fazem onze mortos e uma centena de feridos

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A oposição denuncia a existência de fraudes maciças nas eleições de domingo Ben Curtis/AP

Os confrontos começaram assim que foram anunciados os resultados provisórios do escrutínio, que atribuíram a vitória a Faure Gnassingbé, filho do falecido Presidente do Togo e candidato do partido no poder. Os manifestantes incendiaram pneus e montaram barricadas nas principais ruas de Lomé, bastião da oposição.

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Os confrontos começaram assim que foram anunciados os resultados provisórios do escrutínio, que atribuíram a vitória a Faure Gnassingbé, filho do falecido Presidente do Togo e candidato do partido no poder. Os manifestantes incendiaram pneus e montaram barricadas nas principais ruas de Lomé, bastião da oposição.

A polícia tentou dispersar os manifestantes com granadas de gás lacrimogéneo, mas rapidamente a situação degenerou em confrontos, havendo indicação de tiroteios nalguns bairros da cidade. Em várias zonas da cidade registaram-se também saques a lojas, reprimidos com violência pela polícia.

Segundo fontes hospitalares, citadas pela AFP, "dos 95 feridos, 90 por cento foram atingidos por balas", dois dos quais estão em estado grave. O número de vítimas mortais poderá ser mais elevado do que o balanço oficial, que contabiliza apenas os feridos que faleceram já no Centro Hospitalar de Tokoin, a principal unidade de saúde da capital togolesa.

Após alguma acalmia registada durante a noite, os jovens apoiantes da oposição saíram novamente à rua esta manhã para denunciar o que dizem ser "fraudes maciças" nas eleições de domingo, voltando a registar-se confrontos com a polícia.

Segundo a comissão eleitoral, Gnassingbé conquistou 60,2 por cento dos votos nas presidenciais, contra os 30,2 por cento obtidos por Emmanuel Akitani Bob, apoiado por seis partidos da oposição.

Os protestos contra a vitória do candidato no poder ameaçam prolongar a crise vivida no Togo desde a morte súbita de Gnassingbe Eyadema, que governou este pequeno país da África Ocidental durante 38 anos. Após a morte de Eyadema, o Exército e o Parlamento proclamaram o seu filho Faure Gnassingbé como Presidente, mas a pressão internacional e os protestos da oposição acabaram por levar o partido no poder a convocar eleições.