Estudo: jovem-tipo de Cascais é rapaz, estudante, casa tarde e não usa contraceptivos
"O facto de estarmos perante um dos concelhos mais escolarizados do país, e prevendo-se que esta característica se acentuará nas gerações que proximamente entrarão no mercado de trabalho, requer uma intervenção excepcional e consolidada sobre uma juventude previsivelmente mais exigente e atenta", refere o documento.
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"O facto de estarmos perante um dos concelhos mais escolarizados do país, e prevendo-se que esta característica se acentuará nas gerações que proximamente entrarão no mercado de trabalho, requer uma intervenção excepcional e consolidada sobre uma juventude previsivelmente mais exigente e atenta", refere o documento.
O estudo abrange jovens dos 14 aos 24 anos e conclui também que em Cascais se verifica uma tendência para o "progressivo envelhecimento da população residente no concelho". No entanto, esta dinâmica tem uma expressão diferente no território concelhio, atingindo sobretudo as freguesias do litoral, enquanto no interior, como Alcabideche e São Domingos de Rana, há um crescimento demográfico no que respeita às camadas mais jovens. Entre 1991 e 2001, a população do concelho cresceu 11,3 por cento, mas a faixa etária dos 14 aos 24 diminuiu 8,8 por cento.
O resultado deste trabalho, realizado pelo Centro de Estudos e Investigação Aplicada do Instituto Superior de Serviço Social, é apresentado hoje em Cascais e visa apoiar os responsáveis autárquicos no desenvolvimento de políticas, acções e projectos.
Num concelho onde existem mais rapazes do que raparigas, os jovens casam tarde (a partir dos 20/24 anos) e a dependência face aos pais é maior. Os jovens de Cascais são maioritariamente solteiros, "oriundos de contextos familiares tradicionais, o tipo família nuclear, muito embora seja de ter em conta o peso das estruturas familiares de tipo monoparental".
Predominam as famílias de classe média e alta, sendo a maioria dos jovens estudantes, com tendência a prolongar a escolaridade além da obrigatória. Cerca de um quarto dos jovens já trabalhou e a idade média de entrada no mercado de trabalho é aos 17 anos, sendo esta situação mais precoce nos rapazes do que nas raparigas.
O tempo que passam diariamente com a família é considerado extenso - mais de quatro horas -, com a maioria a associar à casa aspectos como "conforto", "felicidade", "descanso" e "privacidade".
A maioria dos jovens conhece os métodos anticoncepcionais e afirma já ter iniciado a vida sexual, sendo a idade média da primeira relação os 16 anos. Mesmo assim, mais de metade afirma não utilizar qualquer contraceptivo, sendo os métodos mais conhecidos e utilizados o preservativo, a pílula e a pílula do dia seguinte.