Mário Soares elogia progresso científico após o 25 de Abril
No final de uma palestra da investigadora Maria de Sousa, Mário Soares destacou o trabalho feito por vários académicos, muitos deles regressados a Portugal depois das perseguições anteriores ao 25 de Abril.
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No final de uma palestra da investigadora Maria de Sousa, Mário Soares destacou o trabalho feito por vários académicos, muitos deles regressados a Portugal depois das perseguições anteriores ao 25 de Abril.
"Nós hoje temos, no domínio do saber, personagens de extrema importância", afirmou Soares, elogiando o trabalho de muitos investigadores.
"Sem liberdade não há nada" e "sem conhecimento, sem a ciência, não há progresso", disse.
Apesar de confrontado com outros temas da actualidade, Mário Soares limitou-se a falar sobre ciência - o tema da palestra que encerrou as Conferências de Abril do Centro Cultural João Soares.
Para Maria de Sousa, investigadora do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar, o saber em Portugal "assustou sempre" os regimes ditatoriais, como o de António Salazar ou de Costa Cabral. "O saber igualiza" pelo que, "durante as ditaduras, ler era uma coisa que não era encorajada", afirmou, recordando o nome de investigadores como Ruy Luís Gomes ou Abel Salazar, que tiveram dificuldades em trabalhar durante o Estado Novo.
Depois do 25 de Abril, o Estado começou a desenvolver a rede de bibliotecas, uma "medida decisiva" para o avanço cultural e científico do país, defendeu a investigadora.
No entanto permanecem ainda alguns constrangimentos, causados por "interesses instalados" de alguns centros universitários, que "não estão abertos à sociedade".
Por outro lado, a dependência do trabalho científico em relação à sua eficácia económica e empresarial foi também lamentada por esta docente, que defende maior autonomia da investigação face aos interesses das empresas.