Desmantelada rede de tráfico de mulheres no Brasil e em Espanha

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Portugal é um dos países de destino das mulheres traficadas Fernando Veludo/PÚBLICO

Fontes policiais brasileiras anunciaram que, no Brasil, a chamada "Operação Castanhola" mobilizou 60 polícias federais e resultou na detenção de sete pessoas em Anápolis, a 168 quilómetros de Goiânia, capital de Goiás, no Centro-Oeste do país.

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Fontes policiais brasileiras anunciaram que, no Brasil, a chamada "Operação Castanhola" mobilizou 60 polícias federais e resultou na detenção de sete pessoas em Anápolis, a 168 quilómetros de Goiânia, capital de Goiás, no Centro-Oeste do país.

Segundo a embaixada portuguesa no Brasil, até ao momento não se registaram detenções em Portugal relacionadas com a operação.

Já em Espanha, 23 mulheres brasileiras foram detidas na cidade de Santander, de acordo com fontes diplomáticas. As mulheres dedicavam-se à prostituição e, segundo as mesmas fontes, serão deportadas para o Brasil.

Portugal e Espanha eram o principal destino das mulheres aliciadas pela rede. As autoridades dos dois países buscam agora os receptadores.

De acordo com os agentes federais brasileiros, em Anápolis foram detidos a principal aliciadora, Neiva Inês Jacoby, conhecida por "Gaúcha", e Jair Pedrosa Júnior, proprietário da empresa Transamérica Viagens e Turismo. Este estaria envolvido no aliciamento e envio das mulheres, mediante recompensa dos receptadores da Europa. As sete pessoas detidas em Goiás foram indiciadas por crimes de formação de quadrilha e tráfico internacional de pessoas, podendo ser condenadas até 11 anos de prisão.

Em Portugal, mais de 50 por cento das mulheres vítimas das redes internacionais de prostituição que são detidas em acções de fiscalização em Portugal são brasileiras, de acordo com o SEF.

Dados da Organização das Nações Unidas apontam que o tráfico de seres humanos movimenta mais de 7 mil milhões de dólares (5,4 mil milhões de euros) por ano e alicia cerca de dois milhões de mulheres e crianças em todo o mundo.