Sampaio elege responsabilidade social como pilar estratégico das empresas
"Numa sociedade em que a empresa desempenha um papel fundamental como criadora de riqueza, geradora de iniciativas, impulsionadora da investigação e desenvolvimento, como fonte de emprego (...), não pode alhear-se da realidade social que, na prática, tão decisivamente condiciona", frisou o Presidente português.
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"Numa sociedade em que a empresa desempenha um papel fundamental como criadora de riqueza, geradora de iniciativas, impulsionadora da investigação e desenvolvimento, como fonte de emprego (...), não pode alhear-se da realidade social que, na prática, tão decisivamente condiciona", frisou o Presidente português.
Sampaio defendeu a necessidade de se "reinventar os direitos sociais" num momento em que aumenta a pressão competitiva nos mercados globais, o que obriga à deslocalização das fábricas, à diversificação de produtos e ao investimento tecnológico.
Um dos caminhos é o "sistema tridimensional", que conjuga resultados financeiros e preocupações ambientais e sociais, adoptado por grupos económicos estrangeiros e alguns nacionais, e que Sampaio prevê que será "indiscutível e irrecusável" dentro de poucos anos.
Na sua intervenção, o chefe de Estado pôs ainda em causa os "pressupostos simplistas de teses em voga" que defendem que as economias e as sociedades sejam geridas numa lógica empresarial e alheias aos cidadãos.
Nesta reunião, onde se discutiram os problemas da competitividade, participaram vários dirigentes de grupos económicos portugueses e franceses.
No final, as entidades patronais dos dois países emitiram o desejo de uma "Europa de vanguarda".
Num comunicado conjunto, o Movimento das Empresas Portuguesas, Confederação da Indústria Portuguesa e Associação Industrial Portuguesa lamentaram o "falhanço da aplicação da Estratégia de Lisboa", que esperam que seja retomada.
Apelaram ainda à criação de uma Agência Europeia para a Inovação, que defina prioridades, apoie tanto as pequenas e médias empresas como os grandes grupos que se destaquem e crie plataformas tecnológicas entre diferentes países.
Por fim, criticaram a flexibilidade recentemente introduzida no Pacto de Estabilidade e Crescimento, considerando-a um "sinal péssimo de laxismo".
"O agravamento dos défices públicos priva a economia de capitais necessários ao crescimento e à criação de empregos 'sustentáveis' e só pode conduzir a uma deterioração da competitividade europeia", afirmam.
Na comitiva do Presidente, que se encontra em visita de Estado a França, viajaram, entre outros, Belmiro de Azevedo (Sonae), Américo Amorim, Vítor Martins (Caixa Geral de Depósitos), Paulo Teixeira Pinto (CGD), Ricardo Salgado (BES), Artur Santos Silva (BPI) e Francisco Sanches (EDP).
Presentes na sede do Medef estavam também dirigentes de algumas das principais empresas francesas, como a Axa, Accor, Santi-Gobain, Alcatel, CMP, EDF, Lafarge, Sagem.