Exército israelita mata três adolescentes palestinianos em Rafah

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Os militares israelitas terão disparado contra um grupo de jovens que estaria demasiado próximo da fronteira Eyal Warshavsky/AFP

Segundo as informações disponíveis, o incidente ocorreu junto ao campo de refugiados de Rafah, situado a escassas centenas de metros da fronteira.

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Segundo as informações disponíveis, o incidente ocorreu junto ao campo de refugiados de Rafah, situado a escassas centenas de metros da fronteira.

Fontes palestinianas garantem que um blindado israelita que patrulhava a zona disparou tiros de metralhadora contra cinco adolescentes palestinianos que jogavam futebol, matando dois deles e ferindo com gravidade um terceiro, o qual viria a falecer já no hospital.

Contudo, uma fonte militar israelita afirmou à agência Reuters que os jovens se preparavam para atravessar a fronteira, garantindo que os militares só dispararam na sua direcção depois deles terem ignorado os avisos para recuarem.

As vítimas mortais tinham entre 14 e 15 anos.

O incidente, ocorrido ao início da tarde, compromete a trégua nas acções contra Israel que o presidente palestiniano, Mahmoud Abbas, conseguiu impor aos movimentos armados palestinianos em Março.

Prova disso, são as declarações do porta-voz da Jihad Islâmica, um dos movimentos integristas palestinianos, responsável por alguns dos mais violentos atentados contra Israel. “As Brigadas de Jerusalém sentem-se agora livres do compromisso de trégua, depois do derrame do sangue de jovens palestinianos às mãos de Israel”, afirmou Abu Abdallah. “Isto significa que não estamos mais comprometidos com esta trégua”.

Os movimentos palestinianos só aceitaram a trégua, que se deveria estender até ao final do ano, depois de Israel garantir que não iria lançar operações ofensivas nos territórios autónomos. A suspensão dos ataques contra Israel é uma condição essencial para a manutenção do cessar-fogo decretado pelos líderes israelitas e palestinianos, no passado dia 8 de Fevereiro, durante um encontro entre o primeiro-ministro israelita, Ariel Sharon, e Abbas.