Milhões de pessoas em Roma para o funeral de João Paulo II
Será uma cerimónia prevista ao milímetro, como é habitual nas grandes solenidades do Vaticano. Terá três horas de duração duas horas e meia para a missa, mais meia hora para a sepultura), celebradas sobretudo em latim e italiano, mas com leituras bíblicas e orações também em polaco, português, francês, inglês, alemão, espanhol e filipino.
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Será uma cerimónia prevista ao milímetro, como é habitual nas grandes solenidades do Vaticano. Terá três horas de duração duas horas e meia para a missa, mais meia hora para a sepultura), celebradas sobretudo em latim e italiano, mas com leituras bíblicas e orações também em polaco, português, francês, inglês, alemão, espanhol e filipino.
A participar, estará uma multidão calculada em três a quatro milhões de pessoas, dispersas por diversos lugares de Roma. Muitos deles tiveram já o privilégio de ver, nos últimos quatro dias, o corpo exposto do Papa, depois de aguardarem em filas cuja espera chegou às 12 horas.
Hoje, no entanto, a maior parte das pessoas terá que se limitar a seguir a cerimónia através de ecrãs gigantes. A cidade foi encerrada desde a sua grande circular até ao centro, para poder deixar o espaço livre à circulação dos três a quatro milhões de pessoas que vieram para a cerimónia.
O funeral do Papa João Paulo II decorre na Praça de São Pedro do Vaticano, esta manhã, a partir das 10h00 (9h00 em Lisboa). Será concelebrado por 600 cardeais, bispos e padres. E terá terá a participação de 1400 chefes de Estado e de Governo, ministros e políticos, além de outras cinco mil personalidades importantes (embaixadores, ex-governantes, líderes religiosos e outros convidados ilustres), que levaram à montagem de uma operação de segurança muito complexa e exigente.
A presidir a celebração da missa de exéquias estará o cardeal Joseph Ratzinger, com paramentos vermelhos, a cor de luto do Papa. Antes do início da cerimónia no exterior da Basílica de São Pedro, o corpo de João Paulo II será colocado na urna, ainda no interior da igreja, onde se encontra desde segunda-feira à tarde.
Após a curta cerimónia de deposição – à qual assistem apenas alguns responsáveis do Vaticano e familiares de Wojtyla –, o mestre das celebrações litúrgicas do Vaticano e o secretário do Papa colocam o véu de seda branca sobre o rosto de Wojtyla. A urna será então transportada para o exterior, junto do altar onde será celebrada a missa. No final da missa, uma pequena procissão – de novo com um reduzido número de pessoas – levará a urna para dentro da basílica e, aqui, para a cripta, na zona por baixo do Altar da Confissão, o altar principal de São Pedro, sob o baldaquino de Bernini.
Já no lugar onde será sepultada, a primeira urna, em madeira de cipreste, será fechada e selada. É colocada, depois, dentro de uma outra, de madeira chumbada e, finalmente, numa terceira, em nogueira. Esta será de novo selada e colocada em contacto directo com a terra, como terá pedido o Papa aos seus mais próximos colaboradores.
O lugar da sepultura de João Paulo II é o nicho onde já esteve o mausoléu do Papa João XXIII, que há cinco anos foi trasladado para a nave central da basílica. Ali perto, a tradição – e algumas escavações arqueológicas – indica que terá sido sepultado São Pedro. Como o Papa Paulo VI, João Paulo II terá apenas uma laje de mármore no lugar da sua sepultura, onde ficará inscrito, em latim, o seu nome: Joannes Paulus II.