Oeiras recorre a água não potável para rega e abastecimento de auto-tanques
Esta é a primeira fase de um plano de água abrangente que foi hoje divulgado durante a apresentação de um novo sistema de rega, o Neptuno, que vai permitir poupar até 50 por cento da água necessária para a manutenção dos espaços verdes.
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Esta é a primeira fase de um plano de água abrangente que foi hoje divulgado durante a apresentação de um novo sistema de rega, o Neptuno, que vai permitir poupar até 50 por cento da água necessária para a manutenção dos espaços verdes.
A autonomia face aos sistemas de abastecimento público (que distribuem água potável) passa, nesta fase inicial, segundo o chefe de divisão de espaços verdes da Câmara, pelo aproveitamento de águas não potáveis existentes nos aquíferos superficiais.
"Identificámos 59 pontos nos sistemas de captação tradicionais e já temos dados qualitativos e quantitativos em relação a 19 destes", afirmou o arquitecto Alexandre Lisboa, acrescentando que o volume de água disponível é de 200 mil metros cúbicos (o equivalente a um campo de futebol com cem metros de altura de água), o que corresponde a dez por cento das actuais necessidades de rega.
O sistema Neptuno, que até ao Verão vai abranger dez hectares de espaços verdes e, dentro de três anos, dará resposta aos 135 hectares de jardins do concelho, vai reduzir para metade os dois mil milhões de metros cúbicos de água necessários para a manutenção destas áreas.
A estratégia de médio e longo prazo do plano prevê também o aproveitamento de águas da chuva "para a autarquia não estar dependente da água potável".
"As águas pluviais urbanas [captadas pela rede de drenagem e escoadas para o Tejo] e naturais [vindas das cinco ribeiras do concelho] também vão ser fontes de captação no futuro", sublinhou Alexandre Lisboa.
"Estamos a drenar seis milhões de metros cúbicos de água por ano, ou seja, três vezes mais do que as necessidades actuais de rega", salientou o mesmo responsável.
Paralelamente ao plano da água está a ser posto em prática um plano de vegetação que visa "combater a imagem do jardim anglo-saxónico" e "potenciar o jardim mediterrânico", mais adaptado às condições climáticas de Portugal e com menos necessidade de rega.
A presidente do município, Teresa Zambujo, afirmou que a poupança de água "vai ser uma linha estratégica do concelho nos próximos tempos".
"Foi a minha aposta desde que assumi, em 1998, a presidência dos serviços municipalizados e apercebi-me do valor deste bem escasso. Por isso, decidi combater o desperdício de água em todas as suas vertentes", garantiu a autarca.