Cardeal patriarca de Lisboa pede recolhimento aos católicos portugueses

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D. José Policarpo acredita que haverá mudanças no fim do pontificado de João Paulo II Daniel Rocha/PÚBLICO

Numa conferência de imprensa convocada para comentar o estado de saúde do líder da Igreja Católica, o cardeal patriarca disse ainda esperar que o Papa recupere da infecção generalizada que o atingiu "para fazer uma despedida da Igreja em paz e serenidade".

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Numa conferência de imprensa convocada para comentar o estado de saúde do líder da Igreja Católica, o cardeal patriarca disse ainda esperar que o Papa recupere da infecção generalizada que o atingiu "para fazer uma despedida da Igreja em paz e serenidade".

"Gostaria que as celebrações de hoje nas igrejas de Lisboa tivessem o tom de união espiritual e de oração com o Santo Padre", apelou o patriarca.

D. José Policarpo disse que o momento que se vive actualmente devido ao estado de saúde crítico do Papa "é de grande significado para a Igreja e para a humanidade". João Paulo II "está consciente e na plenitude das suas faculdades, e poderá viver com fé e entrega este momento", afirmou o cardeal patriarca de Lisboa.

"A morte de um cristão e de qualquer pessoa é um momento que faz parte da vida", salientou, sobre a possibilidade do falecimento do Papa, actualmente com 84 anos.

A propósito do futuro da chefia da Igreja Católica, D. José Policarpo declarou que a instituição tem dois mil anos e "o normal é a continuidade, e há coisas que não vão mudar com a morte do Papa".

O responsável escusou-se a fazer prognósticos sobre a sucessão de João Paulo II, cujo pontificado, de 26 anos, "foi longo e plural, marcado pela abertura de questões muito importantes, como a do diálogo inter- religioso, o ecumenismo, a justiça e a paz no mundo".

"Ninguém pode imitá-lo", observou, acrescentando que "cada Papa tem o seu carisma".

Questionado sobre a possibilidade de vir a desempenhar esse papel, se for escolhido pelos seus pares, o cardeal patriarca disse que este não é o momento próprio para falar sobre o assunto, mas mantém a sua "disponibilidade total" para fazer o que a Igreja lhe pedir.

D. José Policarpo referiu que segue as notícias sobre a evolução do estado de saúde do Papa, mas não está por enquanto em contacto directo com o Vaticano, aguardando o desenrolar dos acontecimentos.