Professores querem Matemática desde o pré-escolar
"Deve-se desenvolver o cálculo mental desde o pré-escolar e de uma forma que os alunos se interessem", defendeu hoje Lurdes Serrazina, da Escola Superior de Educação de Lisboa, uma das participantes no encontro nacional subordinado ao tema "A Matemática nos primeiros anos", que está a decorrer desde ontem em Benedita, Alcobaça.
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"Deve-se desenvolver o cálculo mental desde o pré-escolar e de uma forma que os alunos se interessem", defendeu hoje Lurdes Serrazina, da Escola Superior de Educação de Lisboa, uma das participantes no encontro nacional subordinado ao tema "A Matemática nos primeiros anos", que está a decorrer desde ontem em Benedita, Alcobaça.
"Em vez de se ensinar a fazer contas fora de qualquer contexto, e em que os alunos apenas estão a aprender por aprender, pode-se ensinar a partir de uma história em que eles estão envolvidos", explicou a professora.
A docente, que falou sobre o tema do ensino da matemática nos primeiros anos, disse que "o pré-escolar tem um papel fundamental porque muitos conceitos são aprendidos desde que nascem e é preciso alimentá-los e não bloquear o que eles aprenderam".
Segundo a professora, a disciplina ainda continua a ser ministrada "sem que tenha significado para as crianças, as contas são ensinadas de uma forma que acabam por aprender por rotina e que depois facilmente esquecem".
"A ideia é que os professores comecem a discutir estes aspectos e troquem experiências para poderem com segurança começar a conduzir a aprendizagem neste sentido", sustentou a docente.
Lurdes Serrazina considerou ainda que o facto de cerca de três centenas de docentes do primeiro ciclo do ensino básico e educadores de infância terem abdicado de dois dias de pausa lectiva para discutir estas questões, "é um sinal de que pretendem tornar a matemática mais motivante" para que a longo prazo os resultados possam vir a ser mais positivos.
Outro tema desenvolvido no oitavo encontro nacional realizado pela Associação de Professores de Matemática foi o papel dos pais na ajuda à aprendizagem da disciplina.
José Tomás Gomes, outro dos oradores da Escola Superior de Educação, disse que "deve haver uma colaboração estreita entre pais, professores e alunos no sentido de desdramatizarem a aprendizagem das contas". O professor contou que existem experiências positivas em que foram organizados "workshops" pelas crianças para explicarem aos pais como se fazem as contas.
"Os pais dizem que não sabem fazer as contas (que os filhos aprendem na escola) e uma boa maneira é colocar os miúdos a explicar-lhes como se fazem", sugeriu. "Como explicar é também uma forma de aprender", esta experiência acabou por ser positiva para todos, concluiu José Tomás Gomes.