Macário Correia: Portugal vive "maior crise política" dos últimos 20 anos
"A situação política portuguesa vive a maior crise dos últimos 20 anos, aliando-se uma quebra económica a uma quebra da credibilidade de algumas das principais figuras da classe política", afirmou Macário Correia à Lusa, acrescentando não excluir "ninguém" quando fala de falta de credibilidade.
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"A situação política portuguesa vive a maior crise dos últimos 20 anos, aliando-se uma quebra económica a uma quebra da credibilidade de algumas das principais figuras da classe política", afirmou Macário Correia à Lusa, acrescentando não excluir "ninguém" quando fala de falta de credibilidade.
José Macário Correia comentou desta forma o período de pré-campanha para as legislativas antecipadas de 20 de Fevereiro, à margem de uma conferência sobre "Fogos Florestais no Sul da Europa", que termina hoje em Bruxelas, e na qual intervirá sobre os incêndios que assolaram o Algarve.
Para o ex-dirigente social-democrata e actual presidente da Câmara Municipal de Tavira - que em Dezembro se manifestou contra a continuação de Santana Lopes à frente do PSD, alegando falta de "sentido de Estado e de credibilidade - "a situação é complicada", antevendo tempos "nada fáceis", que passam, nos próximos dois anos, pela mudança da liderança dos principais partidos.
Recusando avançar um nome para liderar o PSD, "tema que não está em discussão nestes dias", o também presidente da Junta Metropolitana do Algarve aponta nomes como António Borges, Eduardo Catroga, Marques Mendes e Marcelo Rebelo de Sousa como "pessoas indicadas" para a direcção.
Até lá, Macário Correia considera que nesta pré-campanha "pouco esclarecedora", o PSD ainda "não conseguiu definir as ideias centrais mais mobilizadoras porque está envolvido num conjunto de 'fait-divers' e não nas questões de fundo".
Ao mesmo tempo, o PS demonstra que "não tem qualquer estratégia de Estado nem nenhuma ideia clara, com diversas contradições entre si".
Quanto aos resultados das eleições, Macário Correia arrisca apenas que, se o PSD sair derrotado das eleições legislativas, existe no partido "a tradição que todos os líderes saiam por sua livre iniciativa".