Investigação conclui que o hipopótamo é o parente mais próximo da baleia
Há 50 a 60 milhões de anos, explicam os cientistas, um antepassado comum deu origem a dois grupos: os cetáceos, que se tornaram totalmente aquáticos, e um grande grupo de quadrúpedes artioactilos (ungulados com pés bífidos, como os bovinos, os porcos ou as girafas), chamados antracoteres.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
Há 50 a 60 milhões de anos, explicam os cientistas, um antepassado comum deu origem a dois grupos: os cetáceos, que se tornaram totalmente aquáticos, e um grande grupo de quadrúpedes artioactilos (ungulados com pés bífidos, como os bovinos, os porcos ou as girafas), chamados antracoteres.
Segundo o estudo, estes animais, com o aspecto de porcos, povoaram o planeta durante 40 milhões de anos até se extinguirem e deixarem como únicos descendentes, em África, os hipopótamos.
Deduz-se da morfologia dos hipopótamos que eram aparentados com os porcos ou com os seus "primos" da América do Sul (pecaris), apesar de a sua identidade genética os colocar paradoxalmente junto das baleias.
Jean-Renaud Boisserie, um dos elementos da equipa de investigadores, começou por trabalhar sobre hipopótamos no Chade, na região central do continente africano, onde esses mamíferos anfíbios partilharam o seu habitat com os antepassados longínquos do homem. Foi então que teve a ideia de tentar resolver a contradição entre dados moleculares e morfológicos a partir do exame de fósseis de hipopótamos e cetáceos, nomeadamente ossadas de baleia encontradas em 2001, no Paquistão, cujos membros tinham "características idênticas às dos artiodáctilos".
Para estes cientistas, "os antracoteros representam o elo que falta entre os hipopótamos e os cetáceos”.