Amadora-Sintra: greve de médicos já adiou duas mil consultas e 75 cirurgias

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A greve vai no sexto dia Adriano Miranda/PÚBLICO

Segundo fonte ligada à administração do hospital, a média diária de consultas externas no hospital nos dias úteis é de 500, mas desde o início da greve apenas estão a ser efectuadas 20 por cento (cem por dia).

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Segundo fonte ligada à administração do hospital, a média diária de consultas externas no hospital nos dias úteis é de 500, mas desde o início da greve apenas estão a ser efectuadas 20 por cento (cem por dia).

A mesma fonte adiantou que, dos 225 médicos que hoje deveriam estar de serviço, apenas estão 129, dos quais 53 cumprem os serviços mínimos.

Outro dos sectores mais afectados pela greve continua a ser o bloco operatório, onde apenas são realizadas cirurgias de emergência. "Hoje foram anuladas 15 cirurgias que estavam programadas para o bloco operatório", precisou a fonte.

Os serviços de urgência estão a funcionar normalmente, sendo o tempo de espera, às 12h00 de hoje, de 40 minutos, "o que é perfeitamente normal", frisou.

Martins Silva, do Sindicato Independente dos Médicos (SIM), confirmou que os serviços mais afectados continuam a ser o bloco operatório e as consultas externas. "Nas consultas externas estão apenas quatro médicos dos 40 que deviam estar ao serviço e, das 11 salas do bloco operatório, apenas uma está a funcionar para os casos de urgência", sustentou.

O SIM convocou a greve de oito dias para reivindicar melhores salários. Num balanço dos seis dias de greve, Martins Silva diz que o "grande êxito" foi os médicos conseguirem assegurar as condições aos doentes e a administração ter percebido a mensagem dos médicos.

O delegado do SIM diz que os médicos vão continuar a lutar se não virem satisfeitas as suas reivindicações. "Esta greve foi apenas mais um passo. Não estávamos à espera que a administração cedesse", sublinhou Martins Silva, adiantando que vai ser delineada uma estratégia para ver qual o caminho a seguir.

Os médicos do Hospital Amadora-Sintra exigem o aumento de salários e do valor pago pelas horas extraordinárias, o que a administração recusa por implicar um crescimento de custos que considera insustentável.

Em causa está a renegociação do acordo de empresa que o Hospital Fernando Fonseca, também designado por Amadora-Sintra, assinou com o Sindicato Independente dos Médicos em 1999, com efeitos retroactivos a 1998, e que a estrutura sindical quer actualizar.