Parlamento ucraniano declara inválida segunda volta das eleições presidenciais
A resolução foi aprovada com 307 votos a favor, quando a maioria necessária para que fosse adoptada era de 226 votos. Um deputado pronunciou-se contra e 106 abstiveram-se.
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A resolução foi aprovada com 307 votos a favor, quando a maioria necessária para que fosse adoptada era de 226 votos. Um deputado pronunciou-se contra e 106 abstiveram-se.
O Parlamento ucraniano esteve reunido esta manhã em sessão extraordinária para tentar encontrar uma solução para a crise política que o país enfrenta, depois das eleições presidenciais concluídas no passado domingo e do anúncio do resultado oficial pela comissão eleitoral. Este órgão declarou o candidato pró-russo Victor Ianukovitch vencendor do escrutínio com 49,46 por cento dos votos, vitória fortemente contestada pelo candidato pró-ocidental Victor Iuschenko, que sempre alegou a existência de fraudes durante o processo eleitoral.
Ontem, os dois candidatos estiveram reunidos pela primeira vez desde as eleições. No encontro estiveram ainda presentes o Presidente cessante, Leonid Kutchma, bem como o chefe da diplomacia europeia, Javier Solana, o presidente da câmara baixa do Parlamento russo, Boris Gryzlov, e os Presidentes polaco e lituano, Alexander Kwasniewski e Valdas Adamkus, respectivamente.
No final do encontro, Governo e oposição chegaram a acordo para negociar uma solução política para a crise na Ucrânia, rejeitando qualquer hipótese de recurso à força, mas Iuschenko continuou a insistir na repetição da segunda volta das presidenciais a 12 de Dezembro.
Durante o encontro, foi ainda decidido criar um grupo de trabalho "que começará a trabalhar de imediato" para tentar encontrar uma solução para o diferendo eleitoral, adianta uma nota lida no final da reunião por Kutchma.
Apesar da decisão dos deputados do Parlamento não ser decisiva e não ter força legal, representa uma vitória para a oposição, que pediu ao Supremo Tribunal da Ucrânia que investigasse a legitimidade do processo eleitoral.
O Supremo Tribunal de Justiça deverá agora pronunciar-se se houve ou não violações da legislação durante o escrutínio.