Morreu Fialho Gouveia

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Fialho Gouveia PUBLICO.PT

A direcção clínica dos Hospitais da Universidade de Coimbra disse à Lusa que Fialho Gouveia faleceu no Serviço de Medicina Intensiva "vítima de doença cardiovascular com falência multi-orgânica".

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A direcção clínica dos Hospitais da Universidade de Coimbra disse à Lusa que Fialho Gouveia faleceu no Serviço de Medicina Intensiva "vítima de doença cardiovascular com falência multi-orgânica".

O ex-apresentador foi hospitalizado na sequência de uma infecção bacteriana que afectou os seus sistemas respiratório e circulatório.

O seu estado de saúde tinha-se agravado nas últimas horas, depois de, há cinco semanas, os relatórios clínicos registarem "algumas melhorias".

Uma vida de comunicador

José Manuel Bastos Fialho Gouveia nasceu no Montijo a 30 de Abril de 1935, filho de uma professora primária e de um ferroviário em Lisboa.

Fez o liceu no D.João de Castro, em Lisboa, e mais tarde entrou para a Faculdade de Letras para o curso de Filologia Românica, que nunca terminou.

Ainda na Faculdade, participou num concurso para locutores da Rádio Universidade e foi aprovado, tendo sido este o primeiro passo para uma carreira de comunicador.

Mais tarde o director da rádio Universidade, Caetano de Carvalho, informou-o de que estava aberta uma vaga para novos locutores para a RTP e Fialho Gouveia concorreu e ficou, passando a integrar os quadros da única televisão que existia então em Portugal.

Em 1959, juntamente com Paulo Cardoso, inaugurou as emissões de rádio à tarde na Renascença com o programa "Diário do Ar".

Depois desta experiência, Fialho Gouveia fez no Rádio Clube Português "A Onda do Optimismo", com Artur Agostinho, Maria Helena Varela, Jorge Alves, Gina Esteves e Isabel Volmar.

Em 1968, participou no programa da Rádio Renascença "PBX", uma produção dos Parodiantes de Lisboa, tendo trabalhado com Carlos Cruz, João Paulo Guerra, José Nuno Martins, Paulo Morais e Adelino Gomes.

No entanto, foi a televisão que lhe deu um maior reconhecimento público, estando o seu percurso ligado à história do canal público.

Fialho Gouveia apresentou o espaço informativo da RTP 1 - o locutor estava de serviço com Fernando Balsinha quando se deu o 25 de Abril de 1974 -, e vários programas de entretenimento.

O seu nome vai ficar sempre ligado ao programa "Zip-Zip" (1969), o primeiro "talk-show" produzido pela televisão portuguesa, em que participavam Raul Solnado e Carlos Cruz, sob a direcção de Luís Andrade, e ao "A Visita da Cornélia", também com Raul Solnado.

Em 1970, devido ao êxito do "Zip-Zip" na televisão, Fialho Gouveia e a equipa do "PBX", a que se juntou Joaquim Furtado, integraram o programa "Tempo Zip", primeiro no Rádio Clube Português e mais tarde na Renascença.

Ao longo de mais de 30 anos na televisão, Fialho Gouveia apresentou vários programas como "O Gesto é Tudo", "E o Resto são Cantigas", "A Prata da Casa", "Vamos Caçar Mentiras", "Com Pés e Cabeça", "Arca de Noé", "Entre Famílias" e "Par ou Ímpar".

Fialho Gouveia apresentou também, e durante vários anos, os "Festivais da Canção" e ainda "Os Jogos Sem Fronteiras".

Benfiquista ferrenho, era actualmente secretário da assembleia-geral do clube.

Fialho Gouveia foi casado com Maria Helena Varela Santos, de quem tem dois filhos: Paulo Jorge e Maria João.

Do segundo casamento, com Maria Beatriz, nasceu José Eduardo.