Hindus vão a Fátima há 50 anos

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O reitor de Fátima cumprimenta participantes no congresso inter-religioso de 2003 Daniel Rocha/PÚBLICO

Para os hindus, a Virgem de Fátima é invocada tal qual, tendo o lugar da Deusa ou "Santíssima Mãe" do hinduísmo. Ansraj diz que os hindus vão ao santuário rezar, "invocando Nossa Senhora" e não qualquer divindade própria do hinduísmo. E recorda que, há 22 anos, esteve em Fátima a rezar um dos mais importantes pregadores hindus, Morari Bapu. O sacerdote hindu tem, no livro de honra, a sua assinatura na mesma página da do Papa e de Madre Teresa de Calcutá.

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Para os hindus, a Virgem de Fátima é invocada tal qual, tendo o lugar da Deusa ou "Santíssima Mãe" do hinduísmo. Ansraj diz que os hindus vão ao santuário rezar, "invocando Nossa Senhora" e não qualquer divindade própria do hinduísmo. E recorda que, há 22 anos, esteve em Fátima a rezar um dos mais importantes pregadores hindus, Morari Bapu. O sacerdote hindu tem, no livro de honra, a sua assinatura na mesma página da do Papa e de Madre Teresa de Calcutá.

Na sua passagem por Fátima, Tenzin Gyatso, o 14º Dalai Lama do budismo tibetano, em Novembro de 2001. "Vir a este lugar tem um significado muito especial", disse o líder budista, que afirmou estar ali "como peregrino". Paulo Borges, presidente da União Budista Portuguesa, afirmou ao PÚBLICO que há muitos budistas que vão ao santuário. "Eu próprio já lá fiz duas vigílias." No budismo, a Virgem de Fátima corresponde a Tara, a "mãe de todos os budas, que personifica a sabedoria e a compaixão".

Também para muitos muçulmanos - de modo especial para os xiitas - o lugar é especial. Em Novembro de 1995, um documentário exibido na televisão iraniana - que identificava o lugar com a filha do profeta Maomé, Fátima Zahra - levou muitos iranianos a querer vir a Portugal.