Joaquim Chissano: Exército português apoiou "transição pacífica" em Moçambique

Foto
Chissano sublinhou que a calma e a ordem prevaleceram durante o período de transição DR

Ontem, à margem de um encontro de confraternização entre antigos membros da Frelimo no ex-governo de transição, Chissano congratulou-se com o papel dos militares portugueses.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Ontem, à margem de um encontro de confraternização entre antigos membros da Frelimo no ex-governo de transição, Chissano congratulou-se com o papel dos militares portugueses.

O Governo de transição, que também incluía elementos indicados pela administração colonial portuguesa, administrou o território moçambicano entre o cessar-fogo, assinado pela Frelimo e pelo Governo português a 7 de Setembro de 1974, e a independência de Moçambique.

Joaquim Chissano, que era o primeiro-ministro do Governo de transição, sublinhou que a calma e a ordem prevalecentes durante o período de transição até à soberania de Moçambique também se deveram ao empenho dos militares e polícias coloniais portugueses.

Na sua avaliação, o "entusiasmo" dos militares portugueses em ajudar Moçambique a ascender à independência sem sobressaltos foi tal que até responderam "peremptoriamente" ao pedido da Frelimo para auxiliar na formação da nova polícia formada após a independência.

Por outro lado, o Presidente moçambicano recordou os momentos de "incerteza" que se viviam na então Lourenço Marques, actual cidade de Maputo, quando o Governo de transição tomou posse, devido à tentativa de sabotagem do processo de transição para a independência, protagonizada por vários sectores colonialistas em Moçambique.

"Quando tomámos posse, havia barricadas e carcaças de carros queimados por todos os lados de Lourenço Marques, não sabíamos como agir, mas tínhamos muita coragem, pois entendemos que o processo rumo à independência era irreversível", frisou Joaquim Chissano.