Irão disposto a dar garantias de que não produzirá armas nucleares
O Presidente iraniano, Muhammad Khatami, anunciou hoje que Teerão tenciona continuar com o seu programa nuclear, mas assegurou que o país não tem qualquer intenção de desenvolver armas de destruição em massa.
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O Presidente iraniano, Muhammad Khatami, anunciou hoje que Teerão tenciona continuar com o seu programa nuclear, mas assegurou que o país não tem qualquer intenção de desenvolver armas de destruição em massa.
Em conferência de imprensa, o Presidente reformador alertou ainda os EUA para o facto de não conseguirem estabilizar o Iraque ou o Afeganistão sem a ajuda do Irão. Khatami considerou que o clima de desconfiança entre Washington e Teerão está a aumentar e manifestou o desejo de ver sair da Presidência dos EUA George W. Bush nas eleições de Novembro. Washington não deve cometer o mesmo erro e atacar o Irão, incluído no “eixo do mal” delineado por Bush, aconselhou Khatami.
Os EUA insistem que o programa nuclear iraniano se destina a produzir bombas atómicas, enquanto o Irão garante que apenas pretende gerar electricidade. “Estamos dispostos a fazer tudo o que for necessário para dar garantias de que não pretendemos fabricar armas nucleares”, afirmou Khatami. “Como muçulmanos, não podemos usar armas nucleares. Ora, quem não pode usar armas nucleares, não vai produzi-las”, acrescentou.
Khatami não avançou com pormenores sobre as garantias que o Irão pretende dar, nomeadamente à Agência Internacional de Energia Atómica, organismo das Nações Unidas que controla a proliferação nuclear mundial, mas Teerão já tinha dado sinais de abertura no que respeita a facilitar o acesso às sua instalações militares e nucleares dos inspectores da ONU.
O Irão aceitou, em finais do ano passado, suspender provisoriamente o seu programa nuclear, enquanto a AIEA procedia à análise da situação e das intenções do país com tal programa. No entanto, Teerão considera que a agência da ONU está a demorar muito tempo a responder e resolveu retomar o enriquecimento de urânio, o que a comunidade internacional interpretou com “um mau sinal”.