Avião da TAP e da OMNI não estavam em rota de colisão

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Falta ainda descodificar e analisar os dados gravados nas "caixas negras" dos aviões PÚBLICO (Arquivo)

A verdade, continua o director do gabinete a quem compete coordenar e acompanhar as investigações, é que os dois aparelhos estavam separados por menos de mil pés de altitude (cerca de 300 metros), que é a distância de segurança mínima. "Porquê? É isto que precisamos de apurar", explica Anacleto Santos. Lateralmente, o Airbus A310 e o Beechcraft distavam cinco milhas de distância (cerca de nove quilómetros), sendo que o piloto da OMNI conseguia ver o aparelho da TAP.

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A verdade, continua o director do gabinete a quem compete coordenar e acompanhar as investigações, é que os dois aparelhos estavam separados por menos de mil pés de altitude (cerca de 300 metros), que é a distância de segurança mínima. "Porquê? É isto que precisamos de apurar", explica Anacleto Santos. Lateralmente, o Airbus A310 e o Beechcraft distavam cinco milhas de distância (cerca de nove quilómetros), sendo que o piloto da OMNI conseguia ver o aparelho da TAP.

"Se os dois aviões mantivessem a rota que estavam a seguir não colidiam. Mas estes sistemas de alarme estão sobretudo concebidos para situações de falta de visibilidade. E um piloto pode sempre fazer uma manobra que acabe por desencadear uma situação de risco. Por isso é necessário manter margens de prevenção", explica ainda.

Quanto às primeiras conclusões sobre o incidente que se saldou em 38 feridos ligeiros entre os passageiros que se seguiam a bordo do Airbus da transportadora aérea portuguesa, depois do piloto ter sido avisado pelo sistema de alerta de tráfego que teria de fazer uma descida rápida de dois mil metros, deverão ser conhecidas na próxima semana.

De acordo com Anacleto Santos, ainda se está a proceder à recolha de alguns dados fundamentais. Entretanto já foi ouvida a tripulação do Airbus A310 bem como o "cockpit voice recorder", que regista as comunicações entre pilotos e as que vêm do exterior. Falta descodificar e analisar os dados gravados nas chamadas "caixas negras" dos aviões. "Segunda-feira, o gabinete vai reunir-se e, perante o material coligido, é natural que já tenhamos uma ideia mais ou menos formada do que poderá ter acontecido", informa o director do GPIAA.

Para já, Anacleto Santos garante que "é completamente prematuro" dizer-se que se tratou de um erro humano, seja da parte da tripulação, seja dos controladores. Esta é apenas uma das vertentes sob investigação, mas outros dois factores poderão ter contribuído para o incidente: os procedimentos, que poderão ter sido cumpridos mas que podem estar desajustados e necessitem de ser corrigidos; ou ainda a nível material, no que diz respeito ao estado dos radares e sistemas de segurança dos aparelhos. "Normalmente, não é apenas um dos factores que está na origem dos acidentes. É um conjunto de situações que contribuem para que algo corra mal".

Para além de elementos do GPIAA, a comissão que está a investigar o incidente integra pessoal da Navegação Aérea de Portugal, da Força Aérea Portuguesa e dos gabinetes de segurança da TAP e da OMNI.