Embraer e EADS apresentam proposta conjunta para compra da OGMA
O Governo português decidiu abrir entre 35 por cento e 65 por cento do capital da OGMA a uma empresa internacional do sector, no âmbito da escolha do novo parceiro estratégico.
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O Governo português decidiu abrir entre 35 por cento e 65 por cento do capital da OGMA a uma empresa internacional do sector, no âmbito da escolha do novo parceiro estratégico.
A Embraer, "em conjunto com a European Aeronautic Defense and Space Company, entregou a 16 de Agosto de 2004 uma proposta de aquisição de uma participação social da OGMA", refere a empresa em comunicado ao mercado de capitais. Os detalhes da proposta apresentada para aquisição da OGMA não são avançados no comunicado. O Ministério da Defesa também não se pronunciou sobre o processo.
O presidente da Embraer, Maurício Botellho, já tinha afirmado a analistas do sector a intenção de avançar com uma proposta, mas relegou para hoje a oficialização da proposta num comunicado ao mercado.
Actualmente, a OGMA realiza as inspecções da frota do ERJ-145 da Embraer usadas pelas forças aéreas da Grécia e da Bélgica e pela Portugália, além do programa de modernização dos caças supersónicos F-16 Falcon da Força Aérea de Portugal.
O grupo EADS é o maior fabricante europeu de material aeronáutico para uso militar e civil, incluindo a gama de aviões de passageiros Airbus, uma parceria com a britânica BAE Systems.
Também a italiana Alenia, do grupo Finmeccanica, estudou a apresentação de uma proposta de compra da OGMA.
O processo de privatização, com conclusão prevista para o final do ano, está a ser coordenado pelo Ministério da Defesa e pela administração da "holding" Empordef, que detém as acções do Estado na OGMA. As negociações serão feitas em articulação com uma comissão de acompanhamento que inclui representantes dos ministérios da Finanças e Economia.
Actualmente, a OGMA emprega nas suas oficinas de Alverca cerca de 1700 trabalhadores, menos 300 do que há dois anos.
A privatização da empresa implicou que o Estado assumisse no final do ano passado a quase totalidade do passivo da empresa, cerca de 135 milhões de euros.
Esta foi uma das medidas prometidas pelo Governo para equilibrar as contas da empresa, que esteve à beira da falência no Verão de 2002, quando somava prejuízos de quase 70 milhões de euros.