Novas greves na Soflusa entre 31 de Agosto e 3 de Setembro

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Os trabalhadores da Soflusa exigem aumentos salariais, entre outras condições laborais DR

A decisão foi tomada num plenário que reuniu cerca de 70 funcionários na estação fluvial do Barreiro, disse à Lusa o presidente do Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Sector Ferroviário, José Manuel Oliveira.

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A decisão foi tomada num plenário que reuniu cerca de 70 funcionários na estação fluvial do Barreiro, disse à Lusa o presidente do Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Sector Ferroviário, José Manuel Oliveira.

Os trabalhadores encontram-se a cumprir desde as 14h00 um segundo período de greve, que tem afectado parcialmente a ligação fluvial entre o Barreiro e o Terreiro do Paço (Lisboa). De acordo com a mesma fonte, entre as 14h00 e as 16h00 efectuaram-se apenas duas das cinco carreiras habituais entre as duas margens do Tejo.

José Manuel Oliveira ressalvou que a tendência será para a circulação de barcos "caminhar para a normalidade" ao longo da tarde. A administração da Soflusa ainda não reagiu aos dados do sindicato.

Durante esta manhã, os trabalhadores cumpriram um primeiro período de paralisação, tendo a ligação fluvial ficado totalmente interrompida entre as 05h00 e as 08h00, de acordo com o mesmo sindicato.

Esta é a segunda greve, de duas horas por turno, que ocorre em menos de uma semana e visa exigir aumentos salariais, a discussão do regime remuneratório de novas categorias profissionais e a formação profissional na revisão do Acordo de Empresa, segundo o Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Sector Ferroviário, que convocou o protesto.

Para minimizar os efeitos da paralisação, a Soflusa tem disponibilizado transporte alternativo rodoviário entre o Barreiro e Montijo, podendo os utentes apanhar do Montijo uma carreira da Transtejo para o Terreiro do Paço.

Justificando a convocação de novas greves, José Manuel Oliveira afirmou que se trata de uma forma de "pressionar" a administração da Soflusa a "encetar uma negociação construtiva" do Acordo de Empresa.

Os trabalhadores reivindicam aumentos salariais de três por cento, mas a empresa só pretende dar dois por cento, invocando "dificuldades económico-financeiras" decorrentes do acréscimo das despesas de exploração e da diminuição de receitas.

Os sindicatos alegam que a proposta do patronato de revisão do Acordo de Empresa omite questões como a formação profissional, a definição de novas carreiras e o respectivo quadro remuneratório e a atribuição de um regime de compensações aos funcionários com acréscimo de responsabilidades e horas de trabalho.

A empresa defende, porém, que a formação profissional não está posta em causa e adianta estar a ultimar a elaboração da proposta de revisão de carreiras para ser apresentada à mesa das negociações.

A Soflusa sustenta ainda que o pessoal marítimo já recebe um subsídio compensatório face às exigências específicas do seu trabalho.

Tal como a de hoje, as próximas greves são convocadas também pelo Sindicato dos Transportes Fluviais, Costeiros e da Marinha Mercante, pelo Sindicato da Mestrança e Marinhagem da Marinha Mercante, Fogueiros de Terra e Energia e pelo Sindicato da Marinha Mercante, Agências de Viagens, Transitários e Pescas.

De acordo com o Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Sector Ferroviário, trabalham na Soflusa cerca de duas centenas de funcionários, dos quais quase metade é pessoal marítimo.