João Soares solidário com Ferro no caso das cassetes
Sobre o facto do líder demissionário do PS ser referido nas transcrições das cassetes sobre a Casa Pia, alegadamente furtadas a um jornalista e publicadas pelo jornal "O Independente", João Soares exprimiu a sua solidariedade com Ferro Rodrigues. "Já exprimi publicamente a minha profunda solidariedade pessoal ao meu camarada Ferro Rodrigues pela posição que tomou hoje e que, aliás, está em consonância com as posições que sempre defendi nos órgãos próprios do PS", argumentou.
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Sobre o facto do líder demissionário do PS ser referido nas transcrições das cassetes sobre a Casa Pia, alegadamente furtadas a um jornalista e publicadas pelo jornal "O Independente", João Soares exprimiu a sua solidariedade com Ferro Rodrigues. "Já exprimi publicamente a minha profunda solidariedade pessoal ao meu camarada Ferro Rodrigues pela posição que tomou hoje e que, aliás, está em consonância com as posições que sempre defendi nos órgãos próprios do PS", argumentou.
Ferro Rodrigues, no âmbito deste caso, desafiou ontem o ex-director da Polícia Judiciária, Adelino Salvado, cuja conversa com o jornalista foi publicada no "Independente", a provar que as transcrições não têm veracidade. Além disso, Ferro Rodrigues pediu explicações da ex-ministra da Justiça, Celeste Cardona, e do procurador-geral da República, Souto Moura.
Um apuramento de responsabilidades que é também exigido pelo candidato socialista João Soares, que garantiu hoje que o Governo deve ir "até às últimas consequências" nesses esclarecimentos. "Esta telenovela (processo da Casa Pia), que não é cómica mas sim dramática, tem assolado a nossa vida pública desde há mais de um ano e o Governo tem, claramente, que apurar responsabilidades, até às últimas consequências", disse.
Segundo João Soares, "não chega aceitar a demissão do responsável da PJ", pois, tanto essa instituição como a Justiça portuguesa "estão a ser alvo, desde há dois anos, de ataques constantes", devendo ser prestigiadas. "Isso é responsabilidade do Governo e essa responsabilidade não pode ser contornada com propostas, em detrimento da questão de fundo", argumentou, aludindo ao pacto de regime para a Justiça proposto pelo primeiro-ministro, Pedro Santana Lopes.
Questionado ainda sobre o papel da Procuradoria-Geral da República nesta matéria das cassetes alegadamente furtadas, depois de "O Independente" também ter transcrito conversas da porta-voz daquele organismo, Sara Pina, João Soares reafirmou que "alguma coisa está mal". "Já o disse e tenho vindo a dizê-lo ao longo do tempo. Quando, há mais de um ano, o Procurador-Geral, Souto Moura, referiu que um juiz de primeira instância poderia decidir escutas a ele próprio ou ao Presidente da República, eu disse que alguma coisa estava mal e que era preciso tirar consequências", frisou.
O candidato à liderança do PS prometeu também que, caso seja eleito secretário-geral do partido e, nas próximas eleições legislativas, primeiro-ministro, irá "afastar este tipo de questões da vida pública portuguesa". "Irei implementar medidas firmes e absolutamente claras no que respeita ao segredo de justiça, à prisão preventiva, que vive em regime de escândalo em Portugal, e às escutas telefónicas", sublinhou.