Jornalista inglês raptado no Iraque

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Xiitas iraquianos de Bassorá manifestam-se contra a ofensiva militar americana em Najaf Goekhan Ayer/EPA

Um vídeo divulgado pela BBC mostra um homem encapuzado que ameaça matar James Brandon

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Um vídeo divulgado pela BBC mostra um homem encapuzado que ameaça matar James Brandon

O jornalista, de 23 anos, aparece de tronco nu com uma ligadura na cabeça. "As forças americanas devem retirar-se de Najaf nas próximas 24 horas ou nós mataremos o britânico", avisa o homem encapuzado.

"Eu sou jornalista, escrevo sobre o que se passa no Iraque. [Sou] James Brandon do 'Sunday Telegraph'", diz Brandon na mesma gravação.

Cerca de 20 homens armados, alguns dos quais com uniformes da polícia, entraram no Hotel al-Diyafa, em Bassorá, por volta das 23h00 locais e pediram aos recepcionistas para consultar o registo, disse à AFP um empregado daquela unidade hoteleira que quis manter o anonimato.

Hazem al-Araji, porta-voz do líder radical Moqtada Sadr em Bagdad, apelou aos raptores para libertarem imediatamente o jornalista.

"É pouco provável que aqueles que raptaram o jornalista sejam membros do Exército de Mehdi [de Sadr]. Mas, se forem, estão a desobedecer às ordens de Sayyed [título honorífico] Moqtada que condena especialmente o rapto de jornalistas", afirmou al-Araji.

Em Londres, o jornal "Sunday Telegraph" mostrou-se preocupado com o futuro do seu repórter.

"James Brandon estava em Bassorá a trabalhar para o jornal, entre outros projectos, e estamos a seguir a sua situação com muita preocupação", disse Matthew Ancona, redactor chefe adjunto do semanário.

Brandon trabalhava ainda para o "The Independent" e para o "The Scotsman".

O Ministério dos Negócios Estrangeiros confirmou que um cidadão britânico foi raptado em Bassorá, mas recusou divulgar a sua identidade.

Por seu lado, um porta-voz militar britânico revelou que o Exército "está a trabalhar com as autoridades locais para tentar reconstruir o factos".

A situação em Bassorá continua muito tensa, depois de os seguidores de Moqtada Sadr terem ameaçado atacar infraestruturas petrolíferas do sul do país para protestar contra os combates em Najaf, que duram há vários dias.