Autarquia quer manter Centro Operações Especiais do Exército em Lamego

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O autarca socialista manifestou-se satisfeito com a união de todas as forças políticas da região a favor da manutenção do Exército em Lamego Manuel Moura/Lusa

O autarca socialista e deputados social-democratas eleitos pelo círculo de Viseu reuniram-se ao final do dia de ontem em Lisboa com o ministro da Defesa Nacional, Paulo Portas, que "deu a entender que, resolvido o problema das instalações, o CIOE poderá ficar em Lamego", assinalou José António dos Santos.

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O autarca socialista e deputados social-democratas eleitos pelo círculo de Viseu reuniram-se ao final do dia de ontem em Lisboa com o ministro da Defesa Nacional, Paulo Portas, que "deu a entender que, resolvido o problema das instalações, o CIOE poderá ficar em Lamego", assinalou José António dos Santos.

"Ainda não há nenhuma decisão, que deverá ser tomada nos próximos meses, mas as palavras do senhor ministro foram reconfortantes. Fiquei agradavelmente surpreendido pela forma como demonstrou conhecer bem a situação, sinal de que está preocupado com este dossier", disse o autarca.

A possibilidade de o CIOE sair de Lamego prende-se com as exigências impostas pela reestruturação das Forças Armadas (que vão deixar de ter serviço militar obrigatório), nomeadamente a existência de equipamentos modernos e atractivos.

O autarca reconhece que as actuais instalações não respondem a essas exigências, por um lado porque algumas se encontram algo degradadas, por outro porque estão divididas por cinco espaços da cidade: três quartéis - um administrativo (Santa Cruz) e dois operacionais (Cruz Alta e Penude) -, e duas messes, uma de oficiais e outra de sargentos.

"Acredito que pela vontade do senhor ministro o CIOE continuaria em Lamego. Mas há fortes condicionalismos em termos das instalações, não só por causa da degradação, mas também porque devido às novas funções do Exército têm de estar concentradas e não dispersas como actualmente", frisou.

José António dos Santos reiterou a vontade da autarquia de colaborar na procura de uma nova solução, nomeadamente a construção de novas instalações.

"Estamos dispostos a colaborar no âmbito das competências da autarquia. É preciso encontrar uma solução, que tem de ser criativa, porque o país não vive num mar de notas de euro", afirmou.

Na sua opinião, o património que o Exército tem em Lamego, com "algum valor material", poderia "ser alienado para criar mais-valias necessárias à construção das novas instalações".

A Câmara Municipal de Lamego indicou recentemente ao chefe do Estado-Maior do Exército uma nova localização para o CIOE, a sul da cidade, escolhida pelos técnicos da autarquia com a colaboração de dois militares da Região Militar Norte.

"O assunto foi falado muito ao de leve na reunião, porque isso tem de passar pela estrutura militar. Mas deixámos clara a nossa abertura. As instalações podem ser construídas aí ou noutro lugar, o concelho é muito grande", afirmou.

O autarca socialista manifestou-se ainda satisfeito com a união de todas as forças políticas, a nível autárquico e distrital, em torno da manutenção do CIOE em Lamego.