Ex-detido em Guantánamo afirma ter sido interrogado sob ameaça de uma arma

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Quatro britânicos continuam detidos em Guantánamo Andres Leighton/AP

Rhuhel Ahmed revelou esta situação num "dossier" 115 páginas que será publicado hoje nos Estados Unidos, avança o jornal inglês "Guardian".

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Rhuhel Ahmed revelou esta situação num "dossier" 115 páginas que será publicado hoje nos Estados Unidos, avança o jornal inglês "Guardian".

O antigo prisioneiro precisa que logo após a sua captura, foi interrogado durante três horas por um soldados que afirmou pertencer às forças especiais de elite do Exército britânico Special Air Services (SAS).

"Um dos soldados americanos [presentes no interrogatório] apontou-lhe uma arma à cabeça e disse-lhe que se se mexesse dispararia", avança o jornal citando o "dossier".

O oficial da SAS insistiu que Ahmed reconhecesse que tinha partido para o Afeganistão para travar uma guerra santa, segundo o mesmo documento a que o "Guardian" teve acesso.

Ahmed é um dos três homens conhecidos pelo nome de "Os Três de Tipton", originários da mesma localidade, perto de Birmingham, e faz parte do grupo dos cinco detidos libertados em Março de base militar norte-americana de Guantánamo.

Quatro cidadãos britânicos continuam detidos naquela prisão americana, onde as autoridades dos EUA mantêm os estrangeiros suspeitos de estarem envolvidos com o grupo terrorista Al-Qaeda e com o antigo regime afegão dos taliban.

No mesmo "dossier", os três homens afirmam ter sido "repetidamente espancados, colocados em posições dolorosas, expostos a luzes fortes durante os interrogatórios e privados de sono".

Segundo o "Guardian", os detidos garantem ainda que foram "fotografados nus e submetidos a torturas anais".

Uma fonte do ministério da Defesa britânico disse ao jornal que as revelações de Ahmed vão ser investigadas.

Ex-detidos franceses vão ficar em prisão preventiva

Os quatro franceses que estiveram detidos em Guantánamo vão ficar em prisão preventiva, decidiu hoje a justiça francesa.

Murad Benchellali, Nizar Sassi, Brahim Yadel e Imad Achab Kanuni foram acusados e considerados culpados por "associação criminosa e envolvimento com um grupo terrorista".

Os dois primeiros homens foram ainda acusados de "posse e uso de documentos falsos".