Polícia paraguaia detém donos do centro comercial onde morreram perto de 300 pessoas

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O dono do centro comercial negou as acusações de homicídio voluntário Reuters

Os detidos encontram-se no Departamento de Investigação de Delitos da Polícia da capital paraguaia, Assunção, a fim de apurar, como afirmam algumas testemunhas, se é mesmo verdade que Juan Paiva e o seu filho Daniel tenham ordenado o encerramento das portas do edifício.

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Os detidos encontram-se no Departamento de Investigação de Delitos da Polícia da capital paraguaia, Assunção, a fim de apurar, como afirmam algumas testemunhas, se é mesmo verdade que Juan Paiva e o seu filho Daniel tenham ordenado o encerramento das portas do edifício.

Em declarações à imprensa, Juan Paiva negou esta acusação. "Não tenho presente o último relatório do que aconteceu, mas os meus colaboradores disseram-me que houve uma situação de caos. As pessoas correram para tentar chegar à rua, mas infelizmente houve uma tragédia. Estou aqui a dar a cara, sou responsável e ajudarei as vítimas", assegurou.

Nenhum dos dois responsáveis se encontrava no local aquando da tragédia vivida ontem no centro comercial que fica num bairro periférico de Assunção habitado pela classe trabalhadora.

O incêndio começou ontem às 11h30 locais (14h30 em Lisboa), quando entre 500 e 700 pessoas faziam as suas compras e almoçavam no centro comercial. O fogo - que teve origem na explosão acidental de uma botija de gás - propagou-se rapidamente a todo o edifício. Pelo menos 296 pessoas morreram, a maioria das quais asfixiadas, e outras 300 ficaram feridas.

Inicialmente, os mortos foram depositados numa discoteca sitada em frente ao centro comercial que se converteu numa morgue improvisada. Depois disso os corpos foram trasladados em camiões para um local pertencente às Forças Armadas.

"Esta é a maior tragédia paraguaia desde a guerra (entre o Paraguai e a Bolívia, em 1932)", lamentou-se o presidente do Congresso, Miguel Carrizosa. O Governo decretou três dias de luto nacional.