Polícia russa assume controlo da sede da Yukos

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As autoridades russas prosseguem a ofensiva iniciada com a detenção de Khodorkovski Ivan Sekretarev/AP

"As OMON [forças especiais] chegaram e agora estão a apoderar-se do edifício central, enquanto aguardam pela chegada do procurador", afirmou Alexander Shadrin, porta-voz do gigante petrolífero russo.

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"As OMON [forças especiais] chegaram e agora estão a apoderar-se do edifício central, enquanto aguardam pela chegada do procurador", afirmou Alexander Shadrin, porta-voz do gigante petrolífero russo.

O porta-voz garantiu que nenhum dos funcionários da empresa que se encontrava no local tentou resistir à entrada da polícia. "Vamos esperar até segunda-feira para ver o que acontece", acrescentou.

A Yukos — cujo presidente Mikhail Khodorkovsky se encontra detido — anunciou que enfrenta o risco de falência se tiver de pagar de imediato a dívida fiscal que lhe é imputada e sustenta que se os seus bens não forem desbloqueados não tem sequer capacidade para vender parte dos seus activos, a única forma de continuar a operar.

Os 3400 milhões de dólares que as autoridades federais exigem à Yukos referem-se apenas a dívidas fiscais de 2000 e há informações de que o montante devido em relação a 2001 é semelhante.

Os analistas políticos em Moscovo consideram que esta apreensão faz parte da estratégia do Kremlin para recuperar o controlo da maior companhia petrolífera russa, controlada até aqui por Khodorkovsky, considerado o homem mais rico do país, com conhecidas ambições políticas.

Khodorkovsky — que se apoderou da empresa no polémico processo de privatizações que se seguiu ao desmantelamento do regime comunista — foi detido em Outubro do ano passado, sendo acusado de fraude e evasão fiscal.

O Governo russo nega quaisquer planos para voltar a nacionalizar a Yukos ou qualquer outra das grandes empresas do país nas mãos dos oligarcas. Contudo, o Presidente russo, Vladimir Putin, afirmou no final do mês passado que não tem qualquer interesse na falência da empresa — detentora da maioria dos contratos de exploração do petróleo líbio —, mas garante que não perdoará as dívidas fiscais que lhe são imputadas.