EUA prestam última homenagem a Ronald Reagan

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O antigo actor de Hollywood, que chegou à Casa Branca já com 69 anos, era considerado por muitos como um dos mais carismáticos Presidentes da história dos EUA Bob Galbraith/AP

Depois de dedicar estas palavras à memória de Ronald Reagan, George W. Bush prestou uma silenciosa homenagem junto ao caixão, coberto pela bandeira dos Estados Unidos da América.

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Depois de dedicar estas palavras à memória de Ronald Reagan, George W. Bush prestou uma silenciosa homenagem junto ao caixão, coberto pela bandeira dos Estados Unidos da América.

Os quatro ex-Presidentes norte-americanos ainda vivos - Gerald Ford, Jimmy Carter, Bill Clinton e George Bush (pai) - e outros líderes e ex-líderes mundiais - entre os quais Mikhail Gorbachev e Margaret Thatcher - estiveram também entre os que quiseram dar o último adeus a Reagan na Catedral Nacional de Washington. Depois das cerimónias fúnebres, o corpo do antigo Presidente deverá ser sepultado junto à biblioteca baptizada com o seu nome, em Simi Valley, a norte de Los Angeles.

O antigo actor de Hollywood, que chegou à Casa Branca já com 69 anos de idade, era considerado por muitos como um dos mais carismáticos Presidentes da história dos EUA e aquele que conseguiu vencer a Guerra Fria, abrindo uma via de diálogo com o então líder soviético, Mikhail Gorbatchev.

Ronald Reagan, conhecido pelo seu sentido de humor, centrou toda a sua presidência no combate ao comunismo e no renascimento da auto-confiança do país, ainda em convalescença das feridas causadas pela Guerra do Vietname, investindo para isso somas até aí inimagináveis no arsenal militar.

Antes de chegar à presidência, Reagan tinha já um extenso currículo fora de Washington, primeiro como jornalista desportivo na rádio, actor de cinema, apresentador de televisão, e depois, por duas vezes, como governador do Estado da Califórnia.

Durante o primeiro mandato na Casa Branca, Reagan lançou-se num programa de liberalização da economia americana, que deu a conhecer logo no discurso de tomada de posse, em 1981, quando afirmou: "O Governo não é a solução; o Governo é o problema". Apesar das críticas do sector mais à esquerda e do corte nas regalias sociais, o plano resultou no relançamento da economia americana.

A nível externo investiu enormes somas na modernização das Forças Armadas, delineando o programa de defesa antimíssil que viria a ser conhecido por "guerra das estrelas", ao mesmo tempo que negociava com a União Soviética um programa de controlo de armamento.

O segundo mandato ficou marcado pelo escândalo do "Irangate", quando se tornou público a sua autorização para a venda secreta de armas ao Irão, entre 1985 e 1987, em troca da ajuda de Teerão para a libertação de reféns norte-americanos sequestrados no Líbano. Parte do dinheiro resultante da venda seria usado no financiamento dos rebeldes que lutavam contra o então Governo socialista da Nicarágua.

Apesar das investigações políticas ao escândalo, Reagan abandonou a Casa Branca em 1989 com a sua popularidade a atingir os níveis mais elevados, transformando-o no mais popular dos ex-Presidentes norte-americanos. Este fenómeno reflectia a sua grande capacidade de comunicação, em especial com o cidadão comum, e o à-vontade com que enfrentava as câmaras.

Em Março 1981, meses depois de ter derrotado Jimmy Carter, que concorria a um segundo mandato, Reagan sobreviveu a uma tentativa de assassinato. Ao sair de um hotel em Washington, onde acabava de proferir um discurso, foi baleado à queima-roupa. Uma das seis balas disparadas por John Hinckley alojou-se a escassos centímetros do seu coração, mas Reagan viria recuperar. Quatro anos depois foi reeleito pela maior margem de sempre, conquistando a vitória em 49 dos 50 estados norte-americanos.