Ruanda condena ex-Presidente Pasteur Bizimungu a 15 anos de prisão

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Bizimungu foi Presidente do Ruanda entre 1994 e 2000 DR

O tribunal de primeira instância ruandês que começou a julgar Bizimungu a 1 de Abril considerou-o culpado de três acusações: tentativa de criação de uma milícia criminosa, incitamento à violência e à desobediência civil e desvio de dinheiros públicos. Cada uma das acusações traduziu-se numa pena de cinco anos de prisão. Bizimungu negou todas as acusações.

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O tribunal de primeira instância ruandês que começou a julgar Bizimungu a 1 de Abril considerou-o culpado de três acusações: tentativa de criação de uma milícia criminosa, incitamento à violência e à desobediência civil e desvio de dinheiros públicos. Cada uma das acusações traduziu-se numa pena de cinco anos de prisão. Bizimungu negou todas as acusações.

O ex-chefe de Estado era ainda acusado de tentativa de atentado contra a segurança de Estado, juntamente com o ex-ministros dos Transportes Charles Ntakirutinka, mas ambos foram ilibados. Ntakirutinka foi condenado a dez anos de prisão, cinco por incitamento à violência e à desobediência civil e cinco por associação criminosa. Seis outros acusados julgados no âmbito do mesmo processo foram condenados a cinco anos de prisão por associação criminosa.

De etnia hutu, Bizimungu tornou-se Presidente do Ruanda (1994-2000), depois de ter lutado ao lado da Frente Patriótica dominada por tutsis que tomou o poder em 1994, após o genocídio que, às mãos de hutus radicais, causou 800 mil mortos. Nessa altura, Paul Kagame, que liderou o Exército Patriótico Ruandês que acabou com o morticínio, era vice-presidente.

As duas nomeações — de um hutu que falava francês e de um tutsi que falava inglês — simbolizavam a reconciliação nacional pós-genocídio. No entanto, a relação entre Bizimungu e Kagame azedou em Março de 2000, tendo o primeiro apresentado a demissão. O segundo mantém-se, agora na Presidência do país.