Benfica vence Taça de Portugal (2-1)
No mesmo palco onde em 1995/96 tinha conquistado o seu último título, então frente ao Sporting, os "encarnados" venceram graças a um tento do "capitão" Simão, aos 104 minutos, numa altura em que os "azuis e brancos" jogavam há muito reduzidos a dez unidades.
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No mesmo palco onde em 1995/96 tinha conquistado o seu último título, então frente ao Sporting, os "encarnados" venceram graças a um tento do "capitão" Simão, aos 104 minutos, numa altura em que os "azuis e brancos" jogavam há muito reduzidos a dez unidades.
Os "dragões" chegaram ao intervalo a vencer, com um tento do brasileiro Derlei em cima da hora, mas o grego Fyssas empatou, aos 59 minutos, e, pouco depois, aos 70, Jorge Costa viu o segundo amarelo e foi expulso, deixando o Benfica em vantagem numérica.
O "onze" do espanhol José António Camacho, que poderá ter comandado a equipa pela última vez, nem sempre soube tirar partido desse facto, mas Simão, após passe magistral do suplente Zahovic, deu mesmo ao Benfica a sua 24ª vitória na competição.
Foi o confirmar da tradição - em nove finais entre os dois clubes, a formação da Luz venceu pela oitava (só perdeu em 1958/59) - e um triunfo dedicado a Fehér, que morreu em campo a 25 de Janeiro, mas tem pleno direito a este troféu, pois participou em dois jogos.
Para o FC Porto, foi a primeira prova interna perdida nas duas últimos temporadas.
A formação "azul e branca" merece "aplausos", pela forma como logrou equilibrar sempre o encontro, mesmo jogando em inferioridade numérica durante 50 minutos.
O Benfica entrou com o "4-4-2" dos últimos jogos, com Moreira na baliza, uma defesa com Armando, Ricardo Rocha, Luisão e Fyssas, dois "trincos" (Petit e Tiago), dois extremos (Miguel, na direita, e Simão, na esquerda) e dois "pontas-de-lança" (Nuno Gomes e Sokota).
Por seu lado, o FC Porto optou pelo "4-4-2" da Liga dos Campeões, com Paulo Ferreira, Ricardo Carvalho, Jorge Costa e Nuno Valente, à frente de Nuno - em detrimento de Vítor Baía -, um meio-campo com Costinha, Pedro Mendes, Maniche e Deco e um ataque com Derlei e McCarthy.
O benfiquista Simão foi o primeiro a ameaçar, com um remate fraco, logo aos dois minutos, mas o equilíbrio pautou o jogo até aos 14, altura em que Tiago tabelou com Simão e este isolou Nuno Gomes, que, sobre a esquerda, atirou rasteiro ao poste esquerdo.
Com esta jogada, o Benfica animou e, mais pressionante, passou a dominar o jogo: Sokota atirou por cima (15 minutos) e, em excelente posição, ao lado (17); Miguel também falhou o alvo (19); e Simão, num livre perigoso, atirou fraco para a defesa fácil de Nuno (21).
Mais "senhor de si", o FC Porto "acalmou" o adversário, passou a trocar mais a bola e a criar problemas, primeiro por Maniche, num remate defendido a custo por Moreira (22 minutos), depois num cabeceamento por cima da barra de Derlei (24) e ainda num violento pontapé de Deco, que bateu com estrondo no poste esquerdo (29).
Com estas três ocasiões, os "dragões" mostraram o seu poder às "águias", que acalmaram, voltando ao jogo o equilíbrio inicial, que parecia destinado a levar as equipas em igualdade para os balneários.
Já em descontos, o FC Porto beneficiou, no entanto, de um livre muito longe da baliza "encarnada": Deco bateu forte, Moreira defendeu a punhos para a frente e Derlei, muito rápido, aproveitou a recarga para colocar a sua equipa na frente.
Em vantagem, os "azuis e brancos" vieram apostados em adormecer o Benfica. Camacho não gostou e, logo aos 55 minutos, trocou, como ultimamente, Sokota e Armando por Giovanni e Fernando Aguiar, passando a "4-3-3", com Miguel a regressar a lateral direito.
Apenas dois minutos volvidos, o FC Porto poderia, no entanto, ter acabado com o encontro: Derlei recebeu a bola na área, passou com classe por Luisão e, isolado, atirou ao poste direito.
A formação portuense desperdiçou e, aos 59 minutos, os "encarnados" restabeleceram a igualdade: Fyssas tabelou com Nuno Gomes e apareceu na "cara" de Nuno, que foi impotente para segurar a recarga.
O empate trouxe quezílias: os jogadores passaram a apostar nas faltas e a concentrar-se nas decisões arbitrais e, no meio de tudo isto, Jorge Costa viu o segundo amarelo e foi expulso, aos 70 minutos, obrigando Mourinho a trocar Pedro Mendes por Pedro Emanuel, dois minutos depois de já ter colocado Maciel no lugar de McCarthy.
Apesar de ter, agora, mais um jogador, o Benfica não logrou, porém, assumir o comando do jogo, nem mesmo com a troca de Tiago por Zahovic (79 minutos) e, até ao final do tempo regulamentar, foi o FC Porto que criou mais perigo, em jogadas de Derlei (81) e Maciel (86), contra uma fuga infrutífera de Giovanni (82).
Na primeira metade do prolongamento o jogo foi-se arrastando, mas, sobre o final, o Benfica conseguiu "encostar" o FC Porto atrás e, aos 104 minutos, marcou: Fernando Aguiar isolou Zahovic, este, junto a Nuno, ganhou espaço e centrou para o cabeceamento certeiro de Simão.
Até ao final do jogo, o FC Porto tentou tudo para, pelo menos, levar o encontro para penaltis, mas nunca conseguiu criar uma verdadeira ocasião de golo, apesar de ter beneficiado de vários livres nas imediações da área "encarnada".
No Jamor, os adeptos benfiquistas, depois de muitos anos de frustrações e a finalizar uma época repleta de "desgraças", puderam voltar a festejar outra vez.
Fehér e Baião recordados no centro do JamorOs jogadores e o técnico do Benfica dedicaram hoje a vitória na Taça de Portugal, frente ao FC Porto, ao internacional húngaro Miklos Feher, falecido a 25 de Janeiro, no decorrer do jogo com o Vitória de Guimarães.
Depois da vitória por 2-1, após prolongamento, jogadores e equipa técnica "explodiram" em manifestações de contentamento, mas depressa se encaminharam para as claques benfiquistas para ir buscar um pano gigante com o retrato do falecido futebolista.
Já na posse da tarja, ajoelharam-se no centro do relvado, numa homenagem ao seu companheiro. Também o capitão dos juniores do Benfica Bruno Baião foi lembrado, com o técnico-adjunto, Álvaro Magalhães, a dedicar a vitória de hoje aos dois malogrados jogadores.
O nome de Fehér chegou mesmo a ser ecoado nas bancadas quando a vitória já sorria às "águias".A 30 segundos do final do encontro, um livre apontado pelo portista Deco fez de imediato acender muitos cigarros, iniciar orações e levar as mãos à cabeça nas várias bancadas.