É proibido perder
Com a perfeita dos limites de uma produção "pobre", Mário Barroso dirige os seus actoes (magnífico Nicolau Breyner, surpreendente Paulo Pires) com mão de mestre e descobre uma das presenças mais arrepiantes do cinema português recente, Ana Bandeira. Faz poucos exteriores (escassez de meios "oblige") com uma rara dignidade estética. Não se lhe peça um Visconti (há ecos, sobretudo de "O Intruso", o "opus" final), basta este ensaio de cinema narrativo, discreto e inteligente para justificar o projecto. O público deixou de ter desculpas para recusar o cinema nacional em bloco: não se trata de uma obra-prima, mas de um grande primeiro filme com todos os condimentos para captar novas audiências. É proibido perder, até porque lança um olhar interessante sobre um grande romance e sobre uma época pouco estudada e pouco discutida.
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Com a perfeita dos limites de uma produção "pobre", Mário Barroso dirige os seus actoes (magnífico Nicolau Breyner, surpreendente Paulo Pires) com mão de mestre e descobre uma das presenças mais arrepiantes do cinema português recente, Ana Bandeira. Faz poucos exteriores (escassez de meios "oblige") com uma rara dignidade estética. Não se lhe peça um Visconti (há ecos, sobretudo de "O Intruso", o "opus" final), basta este ensaio de cinema narrativo, discreto e inteligente para justificar o projecto. O público deixou de ter desculpas para recusar o cinema nacional em bloco: não se trata de uma obra-prima, mas de um grande primeiro filme com todos os condimentos para captar novas audiências. É proibido perder, até porque lança um olhar interessante sobre um grande romance e sobre uma época pouco estudada e pouco discutida.