Euro 2004: Governo cria comissão de acompanhamento para as questões de saúde
Segundo uma fonte oficial, não identificada pela Lusa, a Comissão de Acompanhamento Saúde/Euro 2004 resulta de um despacho, que deverá ser publicado amanhã, dos secretários de Estado da Saúde, da Juventude e Desportos e ainda do ministro da Administração Interna.
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Segundo uma fonte oficial, não identificada pela Lusa, a Comissão de Acompanhamento Saúde/Euro 2004 resulta de um despacho, que deverá ser publicado amanhã, dos secretários de Estado da Saúde, da Juventude e Desportos e ainda do ministro da Administração Interna.
Desta comissão, que contará numa primeira fase com 16 elementos, emanará uma mini-comissão executiva de sete elementos, que irá acompanhar no terreno todas as operações e medidas aprovadas nesta área.
A esperada afluência a Portugal de milhares de adeptos veio criar preocupações acrescidas em matéria de segurança, que passam também pela necessidade de prevenir ou actuar em caso de um eventual atentado bioterrista, à luz das medidas definidas depois dos ataques do 11 de Setembro.
Para enfrentar os riscos acrescidos está também prevista a criação de equipas de investigação epidemiológica, compostas por técnicos da Direcção-Geral da Saúde (DGS). Estas equipas estão preparadas para detectar eventuais casos "bizarros" (que não correspondam ao padrão epidemiológico esperado para Junho de 2004), tais como a presença de agentes de doenças erradicadas, de que a varíola é um exemplo.
Por esta razão foi também decidido um aumento das verbas para o sector, a fim de aumentar a capacidade dos laboratórios com condições para diagnosticar a varíola ou outros agentes biológicos.
Apesar de a varíola estar erradicada desde 1980, a eventual utilização deste vírus por terroristas está a preocupar a União Europeia por causa da realização do Euro 2004, um evento que vai juntar milhares de pessoas de vários países. O vírus da varíola, de fácil propagação, é considerado a arma biológica de mais rápido contágio e maior mortalidade.
Já ontem, o secretário de Estado da Saúde, Carlos Martins, tinha confirmado a aquisição de vacinas contra o vírus da varíola, embora se recusasse a adiantar a quantidade.
No entanto, a fonte ouvida pela Lusa garante que Portugal dispõe actualmente de 25 mil vacinas contra este vírus, adquiridas no âmbito do Plano de Contingência Português para a Saúde, aprovado no ano passado, na sequência dos atentados de 11 de Setembro de 2001.
Embora este seja um número insuficiente para a população esperada durante o Euro 2004, uma outra fonte explicava que esta medida profiláctica não visa a vacinação maciça mas antes a administração de vacinas a quem esteja em contacto com pessoas que já tenham contraído a doença.
Portugal, que está ligado a um sistema de alerta europeu, teve de preparar um plano de resposta a um eventual ataque terrorista com agentes biológicos durante o Euro 2004. Esta resposta passa pelo accionamento do Plano de Contingência para a Saúde, que se encontra actualmente no nível zero, no caso de ser observado um "fenómeno inesperado", como, por exemplo, um caso de varíola.