Iraque: EUA garantem transparência na gestão dos fundos para a reconstrução

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Bremer (à dir) responsabiliza os auditores nomeados pela ONU pelo atraso na divulgação da contabilidade Fernando Llano/AP

Paul Bremer, que participa na conferência internacional de dadores, a decorrer em Madrid, garantiu que dentro de semanas a contabilidade do Fundo para o Desenvolvimento do Iraque será publicado na internet.

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Paul Bremer, que participa na conferência internacional de dadores, a decorrer em Madrid, garantiu que dentro de semanas a contabilidade do Fundo para o Desenvolvimento do Iraque será publicado na internet.

Segundo o chefe da Autoridade Provisória, a divulgação desses dados estava dependente de um acordo entre os EUA e o Organismo Internacional de Controlo (nomeado pela ONU) sobre os termos de referência do trabalho dos auditores.

Com o acordo alcançado agora, "a totalidade das contas do Fundo para o Desenvolvimento do Iraque será divulgado na internet e comunicado, de forma regular, aos membros do Organismos Internacional de Controlo", garantiu Bremer.

O representante máximo da Administração americana no Iraque reagia, desta forma, às acusações de uma organização humanitária britânica, que hoje divulgou em Madrid um relatório denunciando o alegado desaparecimento de quatro mil milhões de dólares deste fundo, para onde são canalizadas as receitas da venda do petróleo e que é gerido na íntegra pelos EUA.

A Christian Aid, sediada em Londres, garante que o dinheiro "desapareceu das contas opacas geridas pela Autoridade Provisória" e acusava os EUA de não terem divulgado qualquer informação sobre a contabilidade deste fundo, que reúne ainda receitas herdadas do antigo regime iraquiano.

Bremer negou estas acusações e garantiu que todos os pagamentos são efectuados "com total transparência". O responsável americano sublinhou que a contabilidade deste fundo só não foi divulgada mais cedo devido à falta de acordo com o organismo de controlo. Para colmatar essa insuficiência, a Autoridade Provisória criou um esquema próprio de auditoria, submetendo as contas à revisão de uma comissão, na qual tinha assento o ministro iraquiano das finanças.

"Vamos ser totalmente transparentes com os fundos atribuídos ao povo iraquiano. Não tenho qualquer dúvida sobre isso e penso que não vamos ter que pedir desculpas seja pelo que for", sublinhou.

EUA vão excluir ajuda ao Iraque dos fundos internacionais

Para além deste fundo, os EUA vão manter o controlo sobre a ajuda de 20 mil milhões de dólares, recentemente atribuída pelo Congresso norte-americano ao Iraque. Esta contribuição irá funcionar como um fundo autónomo, que os EUA não pretende incluir no montante final angariado durante a conferência de Madrid, o qual será gerido pelo Banco Mundial.

"Não pretendemos canalizar nenhum dos 20 mil milhões de dólares para o fundo internacional", adiantou um dos representantes dos EUA em Madrid, que falou à AFP sob condição de anonimato.

Por outro lado, Washington não deseja que este montante seja incluído no Fundo para o Desenvolvimento do Iraque, optando por mantê-lo como uma ajuda bilateral e, por isso, não sujeita às exigências dos outros fundos internacionais.

Durante a conferência na capital espanhola, o Banco Mundial espera conseguir reunir os cerca de 35 mil milhões de euros considerados necessários para a reconstrução no Iraque até 2007, mas a recusa da União Europeia em elevar para 500 milhões de euros a sua comparticipação e a pouca disponibilidade manifestada por outros países europeus poderá inviabilizar o alcance daquele objectivo.