Coreia do Norte é o pior país para a liberdade de imprensa
A zona do planeta que a organização de defesa da liberdade de expressão considera mais catastrófica neste domínio é a Ásia, com oito países desta região no grupo dos dez piores: além da Coreia, encontram-se na cauda do pelotão a Birmânia, Laos, China, Irão, Vietname, Turquemenistão e Butão.
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A zona do planeta que a organização de defesa da liberdade de expressão considera mais catastrófica neste domínio é a Ásia, com oito países desta região no grupo dos dez piores: além da Coreia, encontram-se na cauda do pelotão a Birmânia, Laos, China, Irão, Vietname, Turquemenistão e Butão.
Segundo a Repórteres Sem Fronteiras (RSF), nestes países os "media" independentes ou pura e simplesmente não existem ou são constantemente reprimidos pelas autoridades. Os jornalistas nestas áreas laboram em condições extremamente difíceis, sem liberdade ou segurança e muitos estão detidos na Birmânia, China e Irão.
Mas a organização aponta ainda baterias ao penúltimo país do "ranking", Cuba. O regime de Fidel, que conseguiu suspender a acreditação da RSF junto das Nações Unidas, deteve este ano 26 jornalistas independentes, tendo-os sentenciado a penas entre os 14 e os 27 anos de cadeia - o que faz de Cuba "uma das maiores prisões de jornalistas do mundo". Estes repórteres foram acusados de redigir artigos para publicação no estrangeiro que beneficiariam "interesses imperialistas".
Entre o grupo dos menos livres está também a Eritreia, na 162ª posição, protagonizando a pior situação no continente africano: os "media" privados foram banidos há dois anos e pelo menos 14 jornalistas estão detidos em parte incerta.
A guerra contra o Iraque teve um papel fundamental na deterioração da já difícil relação dos regimes árabes com a liberdade de imprensa. Preocupadas em manter a sua imagem junto de uma opinião pública maioritariamente desfavorável à guerra, as autoridades de muitos destes países tomaram controlo dos órgãos de informação e aumentaram a pressão sobre os jornalistas, que se obrigaram à auto-censura. A Arábia Saudita é o pior classificado entre os estados árabes, mas também a Síria, a Líbia e Omã usaram todos os meios à disposição para impedir a emergência de uma imprensa livre e independente.
A Itália, no 53º lugar do "ranking", foi o país da União Europeia com pior classificação - o que acontece pelo segundo ano, devido à ameaça que paira sobre a diversidade de informação naquele país e ao conflito de interesses de Berlusconi, chefe de Governo e dono de um império mediático. Espanha ocupa a 42ª posição, por causa das dificuldades de exercício da profissão no País Basco.
Na dianteira ficaram a Finlândia, Islândia, Holanda, Noruega e Dinamarca.
Estados Unidos e Israel obtiveram diferentes classificações para as suas políticas dentro e fora das fronteiras. Posicionaram-se respectivamente em 31º e 44º lugar em matérias internas, mas os Estados Unidos caem para a 135ª posição e Israel para a 146ª no que respeita ao comportamento no estrangeiro - nomeadamente devido aos abusos de Israel sobre jornalistas nos territórios ocupados e ao comportamento norte-americano no Iraque.