Carlos Tavares: economia paralela é mais preocupante que a fuga ao fisco

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A administração pública, a regulamentação dos mercados, a legislação laboral e a burocracia são barreiras ao crescimento António Cotrim/Lusa

Numa entrevista ao "Jornal de Notícias", que coincide com a apresentação do relatório "Portugal 2010" hoje em Lisboa, Carlos Tavares sustenta que a economia paralela "é nociva em várias frentes", nomeadamente porque protege "injustamente as empresas menos eficientes que não cumprem as obrigações (fiscais)".

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Numa entrevista ao "Jornal de Notícias", que coincide com a apresentação do relatório "Portugal 2010" hoje em Lisboa, Carlos Tavares sustenta que a economia paralela "é nociva em várias frentes", nomeadamente porque protege "injustamente as empresas menos eficientes que não cumprem as obrigações (fiscais)".

O ministro reafirma o discurso da sua colega das Finanças, que quanto mais contribuintes paguem impostos, menores tenderão a ser os impostos para os cumpridores.

O relatório da Mckinsey Global Institute, dedicado à identificação dos bloqueios ao acréscimo de produtividade e ao crescimento económico, confirma que a administração pública portuguesa é mais cara que as suas congéneres europeias e com um reduzido grau de satisfação dos cidadãos.

Esta é uma entre muitas conclusões do relatório que o ministro diz já haver uma resposta. Naquele caso, é a reforma da administração pública que está em andamento.

O trabalho consistiu em recolher dados sobre nove dos mais importantes sectores económicos portugueses (distribuição, automóvel, telecomunicações, banca, transportes, construção habitacional, turismo, saúde e o sector dos têxteis, vestuário e calçado). No total, representam perto de metade do Produto Interno Bruto, metade do emprego em Portugal e 65 por cento dos ganhos de produtividade registados.

Além da economia paralela, foram identificadas como barreiras a regulamentação dos mercados, a legislação laboral, a burocracia no licenciamento e o ordenamento do território, a prestação de serviços por parte do Estado e a herança ou tradição da indústria portuguesa.

As conclusões do trabalho serão feitas pelos ministros da Economia e da Segurança Social e do Trabalho.