Costa do Marfim: 18 pessoas detidas no âmbito de alegada tentativa de golpe de Estado
Doze pessoas, entre as quais o ex-putschista marfinense Ibrahim Coulibaly, conhecido como "IB", estão a ser interrogadas desde 17 de Agosto, em França, nomeadamente por "pertença a uma associação criminosa com relações com uma organização terrorista" e por diversas actividades relacionadas com mercenários.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
Doze pessoas, entre as quais o ex-putschista marfinense Ibrahim Coulibaly, conhecido como "IB", estão a ser interrogadas desde 17 de Agosto, em França, nomeadamente por "pertença a uma associação criminosa com relações com uma organização terrorista" e por diversas actividades relacionadas com mercenários.
Segundo o comandante Kessi, "documentos suficientemente concordantes", resultantes dos inquéritos, permitem à polícia marfinense pôr em causa "os militares que deviam perpetrar na Costa do Marfim um atentado contra a segurança do Estado, assassinatos e actividades subversivas e terroristas".
"Onze militares e sete civis compõem as pessoas detidas", precisou Kessi, que representa o procurador-geral da República junto do tribunal militar. Segundo ele, os detidos "constituem o cérebro de um grupo, com dispositivos bem estabelecidos, encarregado de assassinar o Presidente da República, Laurent Gbagbo, a sua esposa Simone, o presidente da Assembleia Nacional, Mamadou Koulibaly, e o líder dos jovens patriotas, Charles Blé Goudé". Personalidades militares, como o chefe do Estado-Maior, o general Mathias Doué, figuram igualmente na lista de alvos.
Uma vez eliminadas estas figuras do Estado, os alegados golpistas pretenderiam substituir o "regime constitucional legalmente instalado em 2000 [chegada ao poder de Gbagbo]" e conduzir Ibrahim Coulibaly ao poder.
Em conferência de imprensa, o comandante adiantou ainda que a Costa do Marfim está a colaborar com a justiça francesa no quadro deste assunto.
"Não hesitamos em qualificar essa manobra como terrorista", afirmou, adiantando que o plano dos alegados golpistas previa ainda o abatimento de três helicópteros e a explosão de depósitos de armas.