Cambojanos escolhem hoje novo Parlamento
As assembleias de voto abriram às 7 da manhã locais (01h00 em Lisboa) e fecham às 15h00, se não forem muito afectadas pelo mau tempo.
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As assembleias de voto abriram às 7 da manhã locais (01h00 em Lisboa) e fecham às 15h00, se não forem muito afectadas pelo mau tempo.
Os resultados oficiais preliminares deverão ser conhecidos apenas no dia 8 de Agosto. Os observadores citados pela BBC dizem que a campanha eleitoral no velho reino budista, com 14 milhões de habitantes, no Sueste Asiático, decorreu de uma forma mais razoável do que em eleições anteriores.
No entanto, sentiram-se problemas técnicos e administrativos, bem como um certo receio de se expressar livremente as opiniões. E grupos defensores dos direitos humanos disseram que o CPP, com 41 por cento dos votos expressos em 1998, ameaçou o eleitorado rural de graves consequências se não o apoiasse.
Em Phnom Penh, a capital, milhares de monárquicos da Frente Nacional Unida para um Camboja Cooperativo, Independente, Neutro e Pacífico (FUNCINPEC), que tinha tido então 31 por cento, desfilaram sexta-feira até ao palácio do rei Norodom Sihanouk, realizador cinematográfico e compositor, agora com 80 anos. “O povo cambojano vai votar pela mudança, pois que está farto do regime comunista”, afirmou o líder da FUNCIPEC, príncipe Ranariddh, filho do soberano e presidente da Assembleia Nacional.
Quanto aos partidários de Hun Sen, concentraram-se do outro lado da cidade, convencidos de que continuarão a obter a maioria dos votos e a levar a cabo uma política de obras públicas, num dos países mais pobres do mundo, com um Produto Nacional Bruto per capita de apenas 1.500 euros (menos de um décimo do português).
Um terceiro partido, o de Sam Rainsy (SRP), fundado em 1998 e que teve então 14 por cento dos votos, efectuou o seu último comício na cidade de Kompong Cham, a nordeste da capital, e acusou o CPP de corrupção.
Se bem que a força política maioritária possa vencer sem dificuldade, provavelmente não chegará à maioria de dois terços que lhe permitiria o controlo total de uma Assembleia de 123 lugares, onde estava há cinco anos a ocupar 64, e espera agora conseguir pelo menos 70.
Uma vez mais, Hun Sen poderá ter de negociar um acordo de governação com o príncipe Norodom Ranariddh, que não goza de grande carisma mas sempre beneficia do facto de ser filho de uma figura histórica, que há seis décadas se impôs na cena política da Indochina.
O turismo é a actividade que durante os últimos anos mais se tem desenvolvido no Camboja, que anteriormente vivia sobretudo das exportações de arroz, madeiras e borracha.